Mesmo com lucro alto, o Bradesco fecha agências, demite e impõe filas aos clientes

As filas registradas na agência Bradesco/Vitória da Conquista nesta sexta-feira (6), demonstram as cenas que serão rotina com o fechamento de duas unidades na cidade: a aglomeração de pessoas na fila, expostas às intempéries do tempo.

O Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região denuncia que o encerramento das atividades das agências Maximiliano Fernandes (antigo Baneb) e Shopping Conquista Sul, além do rebaixamento da agência do Bairro Brasil para unidade de negócios, vai sobrecarregar as duas únicas unidades que restarão no Centro.

Se o resultado para os usuários e clientes será o aumento da morosidade para ser atendido, para os trabalhadores bancários – que já sofrem com a cobrança de metas abusivas, com a sobrecarga de trabalho gerada pela falta de funcionários e pelo adoecimento físico e mental – surge a sensação iminente de insegurança, pois a perspectiva é que o Bradesco promova desligamentos.

O desmonte dos locais de atendimento presenciais do Bradesco não se justifica, pois somente no primeiro semestre deste ano o Lucro Líquido Recorrente do banco foi de R$ 12,834 bilhões, alta de 68,3% em relação ao mesmo período de 2020.

 

Duas demissões na última semana

O Bradesco segue com política de corte de postos de trabalho na região. Somente na última semana, foram dois trabalhadores bancários demitidos.

Seguindo na contramão do compromisso firmado com o movimento sindical, o banco continua promovendo desligamentos em meio à pior crise sanitária e econômica dos últimos anos.

O Sindicato denuncia que, em muitos casos, as demissões são injustificadas e irregulares, pois atingem trabalhadores acometidos por doenças ocupacionais.

“A diretoria do SEEB/VCR segue atenta aos desligamentos promovidos pelo Bradesco na base territorial. A realidade das agências é cada vez mais difícil, com poucos funcionários enquanto a cobrança por metas só cresce. Solicitamos aos colegas demitidos que procurem o Sindicato para que possam receber um atendimento jurídico adequado e tenham seus direitos garantidos”, considera Paulo Barrocas, secretário-geral do Sindicato.