No Brasil, o setor bancário enfrenta um grave desafio que vai além das questões operacionais: a deterioração da saúde mental de seus trabalhadores. Apesar de representarem menos de 1% da força de trabalho formal no país, os bancários correspondem a um alarmante 25% dos registros de adoecimento mental e comportamental junto ao INSS. Essa discrepância reflete uma crise oculta, alimentada pelas exigências severas e pela pressão constante no ambiente bancário.
Hermelino Neto, presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe (Feebbase), aponta que um dos principais problemas enfrentados pelos trabalhadores bancários são as metas agressivas, que acabam adoecendo os trabalhadores. “Temos conhecimento de casos elevados de suicídio e adoecimento, principalmente por conta das metas, da pressão, do assédio moral e do assédio sexual na categoria”, apontou.
A última campanha salarial também mostrou outro dado preocupante: 42% dos bancários fazem uso de medicação psiquiátrica, uma estatística que sublinha a gravidade da situação. Este alto índice de uso de medicamentos para a saúde mental indica que muitos trabalhadores precisam estar medicados para lidar com as pressões diárias no ambiente bancário.
O setor bancário brasileiro precisa urgentemente repensar suas práticas e políticas. A saúde mental dos trabalhadores deve ser priorizada, e a cultura de pressão extrema por metas precisa ser revista. Sem uma mudança significativa, a crise de saúde mental entre os bancários só tende a se agravar, exigindo ações concretas para criar um ambiente de trabalho mais saudável e sustentável.
Fonte: FEEB/BA-SE.