Até o fechamento dessa nota, 59 palestinos haviam morrido por conta dos tiros, 1 bebê de 8 meses faleceu após a inalação de gás lacrimogênio e mais de 2700 pessoas estavam feridas. Vítimas da brutal repressão ocorrida ontem, na manifestação de milhares de palestinos contra a mudança da embaixada americana de Tal Aviv, capital israelense, para Jerusalém. Uma clara provocação do governo dos EUA no dia do aniversário de 70 anos da criação artificial do Estado de Israel.
Conforme afirma declarou a especialista em assuntos do Oriente Médio e doutoranda em relações internacionais pela URFJ, Simone Ishibashi: ”A raiz dos conflitos que ali ocorrem estão intimamente ligados com a própria origem do Estado sionista de Israel. O Estado de Israel foi fundado em 1948 numa resolução adotada pela ONU teve desde o início uma política colonialista em relação ao povo palestino, que fora despojado de suas terras. O Estado sionista formou-se em base à ocupação colonial, dando início à escalada de expulsão e repressão dos palestinos. Utilizando-se do horror gerado pela política de extermínio dos judeus na Segunda Guerra Mundial, o imperialismo cria no Oriente Médio o enclave que hoje conhecemos como Israel. Desse modo, o imperialismo resolveu a questão da aspiração judaica à “sua maneira”: de minoria oprimida a transformou em uma maioria opressora na Palestina, responsável pela expropriação das terras, dezenas de milhares de presos políticos, milhões de palestinos exilados e incontáveis mortos.”
Hoje existem cerca de 8 milhões de palestinos que vivem como refugiados, e não podem voltar para suas casas. Novas manifestações estão marcadas para a próxima terça, dia de greve na Faixa de Gaza, diante da cerca de segurança que separa o território de Israel. Os palestinos da Faixa de Gaza e da Cisjordânia ocupada recordam nesta terça a “Nakba”, a “catástrofe”, como definem a criação do Estado de Israel em 1948 e o êxodo de centenas de milhares de pessoas.
Desde o Esquerda Diário queremos remarcar nosso incondicional apoio a luta do povo palestino, e a necessidade de avançarmos para destruir as bases do Estado sionista de Israel, pois um Estado racista, que segrega os árabes não pode dar uma solução de fundo ao conflito. Isso não significa levar adiante uma política antissemita de extermínio dos judeus, como os sionistas sempre buscam colocar quando há qualquer crítica à sua política colonialista. Mas avançar na perspectiva de instaurar uma Palestina operária e socialista, que garanta o direito de retorno de todos os refugiados, e onde possam conviver em paz palestinos e israelenses.
Fonte: Esquerda Diário