Home / Caixa Econômica / MPF reforça pedido do Comando de descentralização do pagamento do auxílio emergencial

MPF reforça pedido do Comando de descentralização do pagamento do auxílio emergencial

Ministério Público Federal (MPF) ingressou com ação na Justiça Federal, com pedido liminar, para obrigar a União a disponibilizar o saque do auxílio emergencial em Mato Grosso do Sul por outras instituições da rede bancária nacional. O pagamento do benefício exclusivamente pela Caixa Econômica Federal tem provocado aglomerações no entorno de agências, o que aumenta os riscos de transmissão do coronavírus.

Na ação, o MPF pede que a Justiça determine implementação em Mato Grosso do Sul, no prazo de dez dias, de solução técnica capaz de permitir o saque do auxílio emergencial estabelecido pelo governo federal através da rede disponibilizada pelos demais bancos de varejo.

A presidente da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, lembra que o pedido do Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul é uma reivindicação que o movimento sindical vem fazendo desde antes do início dos pagamentos.

“Nós sabíamos que a demanda seria muito grande e avisamos o Governo Federal e a Caixa. Enviamos ofício ao Ministério da Saúde falando dos riscos, conversamos com Febraban, Ministério Público Federal e Ministério Público do Trabalho. Os bancários da Caixa são heróis, vem fazendo um trabalho árduo, é por isso que o banco público é tão importante, mas é preciso descentralizar por uma questão de saúde para os trabalhadores e para a população”, explica Juvandia.

A presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região, Neide Rodrigues, também reforça que o pedido de descentralização foi reiterado várias vezes pelo movimento sindical e espera que isso seja concretizado o quanto antes. “Esperamos que esse pedido do MPF seja acatado pela Justiça Federal. Não queremos ver aquelas cenas de aglomerações novamente nos próximos pagamentos. Com o atendimento em outros bancos, a população não sofre, os funcionários não ficam sobrecarregados, e todos correm menos riscos de contaminação”, avalia.

A presidente da Contraf-CUT também faz uma avaliação positiva do pedido do Ministério Público Federal. “É mais uma ação para pressionar as autoridades. Não adianta estender horário ou abrir aos sábados, o correto é descentralizar o atendimento. Nós temos que lembrar que os governos Michel Temer e Bolsonaro promoveram PDVs que resultaram em 17 mil demissões na Caixa, então, essas agências estão atendendo milhões de pessoas com um número menor de bancários”, afirma Juvandia Moreira.

Segunda opção

A ação do MPF indica como segunda opção que o saque do auxílio emergencial seja realizado, ao menos, também no Banco do Brasil, com o compartilhamento com a Caixa Econômica Federal de infraestruturas de rede, compartilhamento de dados, processamento de pagamentos e demais soluções técnicas aprovadas pelo Ministério da Economia.

Em caso de descumprimento de decisão, pede-se o estabelecimento de multa de dez mil reais por dia, a ser convertida ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD).

Dados divulgados pela Dataprev apontam que 96,9 milhões de pessoas fizeram o cadastro para receber o auxílio emergencial até o dia 30 de abril, sendo que 50,52 milhões tiveram o benefício aprovado.

No último dia 8 de maio, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) também ingressou, em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE), com uma ação na Justiça Federal para obrigar a União a disponibilizar o saque do auxílio emergencial através de outros bancos.

Outras mudanças

A presidente da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, faz um alerta sobre a necessidade de outras mudanças, além da descentralização do atendimento na Caixa, como o fim da obrigatoriedade do uso da internet ou do celular durante o processo de cadastramento.

“Tem que alterar o decreto presidencial. No Brasil, 17% da população não tem celular e 33% tem celular mas não consegue baixar o aplicativo, seja por conta do aparelho que não tem memória ou por falta de conhecimento. Temos que pensar nessas pessoas porque em algumas situações nem mesmo o funcionário da agência consegue ajudá-las. O governo tem que autorizar parcerias com prefeituras, que têm suas redes de assistência social e podem ajudar nesse processo de cadastramento”, sugere.

Fonte: Contraf/ Assessoria de Comunicação do SEEBCG-MS (Com informações do MPF)

Veja Mais!

Caixa: Negociação sobre tesoureiros e caixas emperra

Não houve avanços significativos na negociação desta terça-feira (29), entre a Comissão Executiva dos Empregados …