As Centrais Sindicais participaram quinta, 26, de reunião virtual com o ministro Dias Tofolli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), para discutir ações de enfrentamento à crise decorrente da pandemia de Covid-19. Durante a videoconferência, foram debatidas medidas urgentes de proteção ao emprego, aos direitos e à renda dos trabalhadores.
O ministro é crítico da Medida Provisória 927, pela qual o governo Jair Bolsonaro faz novas alterações na legislação trabalhista. Dias Toffoli garantiu que o Supremo vai atuar “em relação à defesa do trabalho, dos Sindicatos e das garantias ao cidadão”.
Segundo Tofolli, se não houver acordo para mudanças na MP 927, o plenário do STF vai julgar na próxima semana a Ação Direta de Inconstitucionalidade das Centrais Sindicais contra a medida.
Adilson Araújo, presidente da CTB, disse à Agência Sindical que a reunião foi um passo importante no esforço nacional de combate aos efeitos sociais e econômicos da pandemia, que em sua opinião “não é uma mera gripezinha”. Ele diz: “Proteger salários e empregos é a forma mais justa e eficaz de proteger também a economia dos impactos depressivos do coronavírus, preservando o mercado interno e estimulando a recuperação do PIB após a quarentena”.
Direção – Sérgio Nobre, presidente da CUT, afirma que os sindicalistas contam com o Supremo pra barrar a MP de Bolsonaro. Ele criticou a falta de coordenação do presidente da República: “As empresas não sabem como agir, se fecham totalmente, se trabalham parcialmente, o que leva insegurança aos trabalhadores”. E completa: “O Brasil vai na contramão de outras nações nessa crise”.
“A reunião foi importante, pois o ministro conversou com o setor empresarial e agora com as Centrais”, avalia o presidente da Força Sindical, Miguel Torres. Ele também criticou a falta de comando nas ações efetivas para enfrentar a crise. “Enquanto o mundo está fazendo investimentos para manter a economia dos países e os trabalhadores com remuneração, o Brasil segue numa linha totalmente diferente”, critica.
Sindicalismo – Para o ministro Tofolli, as Centrais terão papel fundamental neste momento, a fim de contribuir com a “manutenção dos serviços essenciais e também para preparar a saída dessa crise”. E finalizou: “Estamos atentos ao nosso papel de fazer cumprir a Constituição. A excepcionalidade da crise exige excepcionalidades de soluções, mas tudo tem que ser feito de forma acordada”.
Fonte: Agência Sindical.