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No Brasil, milhares somam-se à Marcha Global contra genocídio em Gaza

Além de pedirem o fim dos ataques aos palestinos, manifestantes defenderam o rompimento das relações do Brasil com Israel. Protestos ocorreram em diversas partes do mundo

Ato em São Paulo. Foto: Guilherme Jeronymo/Agência Brasil

O Brasil foi palco, neste final de semana, de uma série de atos contra os ataques de Israel aos palestinos, que se somaram a outros realizados pelo mundo, como parte da Marcha Global para Gaza. A crescente indignação reflete a continuidade da política genocida que o governo de Benjamim Netanyahu vem impondo à Faixa de Gaza desde outubro de 2023 e que já matou mais de 50 mil pessoas, boa parte das quais, crianças e mulheres.

Os atos foram convocados por movimentos sociais e políticos e entidades de apoio à causa palestina e tiveram como ponto central o fim do extermínio e a defesa do rompimento das relações do Brasil com Israel.

Em São Paulo, a manifestação ocorreu neste domingo (15), partindo da praça Roosevelt, no Centro, e terminando na Praça Charles Miller. A manifestação está sendo considerada a maior em apoio ao povo palestino realizada recentemente no Brasil.

De acordo com Soraya Misleh, coordenadora da Frente Palestina de São Paulo, em declaração ao Brasil de Fato, este foi “o maior ato já feito no Brasil em apoio à Palestina nos últimos 50 anos. É um ato histórico, em que reunimos 30 mil pessoas”.

Vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), René Vicente, destacou: “Estamos aqui para denunciar o genocídio que Israel comete contra o povo palestino, matando mulheres, crianças, idosos. É preciso que o governo Lula rompa as relações com Israel”.

Thiago Ávila, — um dos ativistas da Flotilha Liberdade presos por Israel ao realizarem ação humanitária em Gaza —, também participou do ato. “É muito importante saber que nós somos milhões e bilhões pelo mundo que decidimos dar um basta ao genocídio que assassina crianças de fome, que bombardeia escolas, hospitais, creches, bairros residenciais e que, na verdade, é dirigido não por uma religião, mas por uma ideologia racista e supremacista chamada sionismo que há oito décadas pratica genocídio e limpeza étnica contra o povo palestino”, declarou.

Ato no Rio de Janeiro. Foto: reprodução/redes sociais

No Rio de Janeiro, manifestantes ocuparam o pé do Cristo Redentor, no sábado (14), com a faixa “Stop the genocide in Gaza”. Pelas redes sociais, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) falou sobre a ação:
“Mais uma vez, o mundo assiste estarrecido ao aprofundamento da barbárie cometida por Israel contra o povo palestino. Além do genocídio em Gaza, agora vemos a escalada de ataques que ameaçam incendiar todo o Oriente Médio”. Ela completou dizendo: “Exigimos o cessar-fogo imediato, o rompimento das relações com Israel e a responsabilização dos culpados por essas atrocidades!”.

Apesar do mau tempo, também houve atos no Rio Grande do Sul, em cidades como Porto Alegre, Caxias do Sul e Rio Grande. “Nós não podemos aceitar as mentiras, as hipocrisias, que tentam justificar a continuidade do extermínio praticado pelo Estado de Israel. Mais de 50 mil mortos, destruição de infraestrutura de saúde, apartheid. O que nos interessa é a paz, o direito à autodeterminação, a soberania e por isso o Brasil precisa romper suas relações com Israel”, salientou o vereador do PCdoB de Porto Alegre, Giovanni Culau, em ato realizado no Parque da Redenção neste domingo (15).

Argentina. Foto: Izquierda Diario

Minas Gerais também teve atos em Belo Horizonte e Poços de Caldas e ainda foram registradas manifestações em Curitiba, Fortaleza e Boa Vista.

Os atos em defesa dos palestinos ocorreram em diversos outros países, reunindo milhões de pessoas. Houve protestos no Chile, Argentina, México, Indonésia, Japão, Inglaterra, França, Holanda, Turquia, Espanha, Iêmen, Bélgica e Suécia, entre outros.

Inglaterra. Foto: aubz_click

Em todos os locais, os manifestantes pediram o cessar-fogo imediato, ajuda humanitária urgente e o fim das hostilidades de Israel contra o povo palestino, assim como denunciaram a política de extermínio colocada em prática por Israel.

Situação insustentável

Desde o início dos ataques de Israel ao povo palestino, em outubro de 2023, a estimativa de mortos em Gaza ultrapassa os 50 mil, seja diretamente pelas ações do exército, seja pela fome e a profunda miséria geradas na região, cuja infraestrutura foi destruída.

Toquio. Foto: mkimpo_kid

Em mais uma ação genocida neste domingo (15), quando o mundo se mobilizava pedindo cessar-fogo e o fim do extermínio, mais 59 palestinos foram mortos por Israel — boa parte enquanto tentava obter alimentos nos poucos pontos de ajuda humanitária que restam.

Segundo agências de notícias, Tareq Abu Azzoum, da Al Jazeera, relatou: “as pessoas nos disseram que os militares israelenses não avisaram as multidões famintas antes de abrir fogo contra elas, causando vítimas civis devastadoras”. Também houve ataques aéreos na região.

Fonte: Vermelho, com agências

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