A sexta rodada de negociações específica dos empregados da Caixa acontece nesta sexta-feira (17), em São Paulo, logo após a reunião entre Comando Nacional dos Bancários e Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Entre as várias questões pendentes, além da econômica, está a do plano de saúde, que pode sofrer alterações por conta das resoluções 22 e 23 da CGPAR (a comissão de governança lidada ao Ministério do Planejamento), cujas regras estabelecidas são nocivas a todos os que atuam em empresas públicas federais.
Dionísio Reis, coordenação da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), lembra que nas últimas mesas, a Caixa tem decepcionado os trabalhadores não trazendo a manutenção dos direitos. “O Saúde Caixa é uma das conquistas históricas dos empregados da Caixa que mais impactam no dia a dia dos trabalhadores e que não pode ser retirado. Eles também estão restringindo o pagamento da PLR e não assegurando a PLR Social.”
Na quarta-feira (15), trabalhadores de estatais em diversas categorias realizaram um grande ato em frente do Ministério da Fazenda, em Brasília, para protestar contra estas resoluções. Atividades e protestos também aconteceram em agências da Caixa e do Banco do Brasil em vários estados e regiões do País.
Dionísio Reis enaltece a greve dos caminhoneiros e a dos petroleiros que retirou o presidente da Petrobras e, mais do que isso, retirou um elemento do Conselho de Administração (CA) que vinha de empresas privadas e defendiam o capital estrangeiro. “A mesma coisa acontece na Caixa e nas demais empresas públicas. O interesse do mercado é muito grande em cima dessas empresas. Eles querem que a empresa não cresça ou até desapareça, para as privadas não terem mais concorrência. Na Caixa, a gente tem representante no CA que é indicada pelo Henrique Meirelles, que hoje é candidato à Presidência da República. É uma indicação política que está interferindo nos rumos da Caixa Econômica Federal, inclusive da negociação coletiva.”
Para Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Juventude e representante da Contraf nas negociações, o ataque às empresas públicas vem para enxugá-las. “A CGPAR 22 e 23 tem esse objetivo, já que os trabalhadores das empresas até 20 mil funcionários vão ficar sem plano de saúde, segundo essas resoluções. O Saúde Caixa é desfigurado e vai chegar ao fim. Isso é loby das empresas privadas, dos planos de saúde privado, para ganhar mercado. As autogestões prestam um serviço à sociedade, a partir do momento que suplementam o Sistema único de Saúde, que já foi atacado por este governo golpista, com corte de investimentos por 20 anos. Então a resistência dos trabalhadores das estatais é importantíssima. E os empregados da Caixa têm que se unir para barrar a intenção da Caixa que já foi colocada em mesa, de retirar o Saúde Caixa.”