No dia 20 de novembro é comemorado o Dia Nacional da Consciência Negra. A data lembra o dia atribuído à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência contra a escravidão, ao ter liderado uma revolta contra a opressão da Coroa Portuguesa.
A data é dedicada à reflexão sobre os danos causados pela prática escravagista no nosso país, que durou oficialmente até 1888. O Brasil foi a última nação das Américas a extinguir a utilização legal de mão de obra escravizada e, por falta de investimentos em promoção da igualdade social nos últimos 129 anos, reflexos deste processo econômico influenciam negativamente a vida da população preta e parda até os dias atuais.
Segundo dados do Atlas da Violência 2017, entre os anos de 2005 e 2015, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes teve queda de 12% entre os não negros, enquanto para os negros houve aumento de 18%. Já o Mapa da Violência aponta que o homem negro tem 12 vezes mais chance de ser vítima de homicídio no Brasil que um não negro.
No universo do trabalho o abismo do racismo também persiste: segundo pesquisa do Instituto Ethos, realizada em 2016, somente 6,3% dos cargos de gerente e 4,7% do quadro de executivos são ocupados por negros.
A realidade é ainda pior para as mulheres negras. Segundo dados governamentais, elas são as maiores vítimas de violência doméstica, mortalidade materna, violência obstétrica, homicídio por agressão e estupros. No mercado de trabalho a desigualdade se mantém: 63% das trabalhadoras domésticas são negras, enquanto somente 1,6% são gerentes e só 0,4% participam do quadro de executivos.
“Historicamente a cor da pele vem determinando, estigmatizando grupos e comprometendo as relações humanas, especialmente as de trabalho. Os empregados negros, assim como as mulheres nas organizações, necessitam superar e muito expectativas para serem reconhecidos. E quando se trata da combinação mulher e negra, a ascensão profissional fica ainda mais árdua. É preciso romper essas amarras dando voz as minorias. O Dia da Consciência Negra serve para lembrar que é preciso repudiar cotidianamente qualquer forma de preconceito racial e de desigualdade social, primando pelo acesso à justiça em sociedade”, Juliana Guimarães, Diretoria de Assuntos de Raça e Etnia.
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