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“O BB tenta se eximir de suas responsabilidades”

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Gilmar Lima é bancário aposentado do BB e conselheiro da CASSI.

Nesta edição, conversamos com o coordenador do Conselho de Usuários da CASSI em Vitória da Conquista sobre a situação atual do plano de saúde. Confira.

Diante da crise financeira enfrentada pela CASSI, o BB sugeriu aumentar a taxa de participação do bancário de 3% para 4,5%, além do reajuste nas taxas de coparticipação em consultas e exames. É justo o bancário pagar a conta sozinho pela crise, já que o banco não quer aumentar a sua própria taxa de participação?
Acredito não ser justo, pois mais uma vez o BB tenta se eximir de suas responsabilidades com os funcionários. Isso já aconteceu no passado. Vale ressaltar que em 1996, quando da reforma do Estatuto, foi aprovada a criação da CASSI como empresa (antes era um departamento do Banco), ocasião em que foi elevada a contribuição dos funcionários de 1% para 3% e foram transferidos todos os “dependentes indiretos” para o plano CASSI FAMÍLIA, cobrando-os individualmente e onerando o funcionalismo. Em 2007 foi aprovada contribuição adicional de 3% sobre o 13% salário dos funcionários, e coparticipação nas consultas e exames laboratoriais, e nesta ocasião também foi aprovado que a contribuição do banco ficasse limitada ao máximo de 4,5%. Portanto, sempre que há crise na CASSI o BB busca penalizar o funcionalismo, o lado mais fragilizado na relação de trabalho e, enquanto isso, ele continua a cada ano batendo recordes de rentabilidade. Aliado a tudo isso, o BB tem imposto um achatamento salarial ao seu funcionalismo, desde a reforma de 1996, com consequente redução de receitas da CASSI. Por outro lado a gestão da CASSI é compartilhada, sendo que as indicações do seu presidente e do diretor financeiro são feitas pelo banco. Por tudo isso, acredito que o BB deverá assumir a sua parcela de responsabilidade.

Quais são os maiores problemas enfrentados pelos usuários do plano de saúde CASSI?
São vários os problemas, desde o adoecimento do funcionalismo, cada vez mais precoce em razão do elevado grau de cobranças por atingimento de metas impostas pelo banco; a concentração das CLINICASSI nos grandes centros, o que dificulta o acesso aos programas de saúde aos moradores de cidades que não contam com esse equipamento, nem uma capilaridade da rede de credenciados; e a falta de conhecimento da maioria dos usuários das ações de prevenção e promoção da saúde desenvolvidas pela CASSI, o que os faz procurar diversos profissionais no momento de adoecimento.

O que poderia melhorar caso o modelo de atenção básica seja realmente aplicado?
Acredito que o modelo de atenção básica poderá ser melhor tanto para a CASSI quanto para o associado, pois a “Estratégia de Saúde da Família” tem como foco a atenção no participante, em sua família e em suas relações sociais, com ações voltadas para a promoção de saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e reabilitação, não focando apenas no tratamento, o que propiciará uma melhor qualidade de vida ao participante e uma redução de custos com a medicina curativa, que hoje tem onerado bastante a CASSI.

*As opiniões expressas na entrevista não refletem, necessariamente, o posicionamento da diretoria do SEEB/VCR.

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