A violência, que foi a desculpa para a intervenção militar no Rio de Janeiro, não anda sozinha, sempre vem acompanhada da pobreza e da falta de investimentos públicos.
Em 2016, segundo o IBGE, o Brasil possuía 13,4 milhões de pessoas vivendo na extrema pobreza, com cerca de 1,90 dólares por dia, representando 6,5% da população, e 25,4% viviam em um nível menos agudo de pobreza, sobrevivendo com cerca de 5,50 dólares por dia. Apesar de toda propaganda, a reforma trabalhista aprovada no Congresso não mudou a realidade. Pelo contrário, precarizou ainda mais as relações de trabalho piorando as condições de vida do trabalhador.
Para sobreviver, o brasileiro tem recorrido ao trabalho informal. Mais de 22 milhões de pessoas se encontram nesta situação, sem qualquer direito trabalhista, sem contribuir para a Previdência Social e sem perspectivas de voltar ao mercado formal diante da eterna crise econômica propalada pelo governo. Enquanto a crise atinge em cheio os mais necessitados, em acordos das renegociações, as dívidas dos megaempresários, do agronegócio e dos banqueiros vão sendo anistiadas e tendo concedidos prazos e descontos intermináveis, facilitando o acúmulo de riqueza entre os poucos que sempre são os beneficiados, existindo crise ou não.
Enquanto o Exército invade o Rio de Janeiro, sob a desculpa de garantir a segurança nacional, os verdadeiros ladrões, que impedem que o Brasil seja um país com dignidade para todos, estão no comando do Executivo, no Legislativo e no Judiciário, utilizando do poder para manter a situação que permite uma pequena elite viver sobre as benesses e a riqueza oferecidas pelo Estado, enquanto a maioria do povo tem que lutar cotidianamente apenas para sobreviver. Precisamos mudar essa lógica, da distribuição de renda e da desigualdade de direitos, ou caminharemos cada dia mais rápido para um caos social que pode não ter volta.
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