Chamado de chefe de quadrilha pelo delator da JBS, Joesley Batista, em entrevista concedida à revista Época, o presidente Michel Temer continua apostando na corrupção e na falta de mobilização da sociedade para se manter no cargo. O objetivo é obter o máximo de tempo no poder para concluir as reformas que vêm sendo implementadas com o apoio e o financiamento dos conglomerados empresariais brasileiros e do exterior. Com a aprovação das medidas nas áreas trabalhista, previdenciária e da terceirização, os trabalhadores ficarão submetidos a um regime de escravidão legalizado e sem perspectivas de ver valorizada a sua força de trabalho.
As articulações realizadas nos bastidores entre os envolvidos nos esquemas de corrupção através do caixa dois é para salvar a pele dos principais personagens, independente dos partidos que estão filiados. Para isso, se aliam no Senado e na Câmara dos Deputados aprovando leis que impeçam a continuidade das investigações ou para anistiar os crimes cometidos.
Para os financiadores destas ações, o Brasil deve continuar sendo o paraíso dos sonegadores e corruptos, onde as empresas que realizam obras públicas são contratadas nas sedes dos partidos ou nos gabinetes e jantares com aqueles políticos que comandam esses crimes.
Sem a mobilização da sociedade no sentido de pressionar o Judiciário e as instâncias responsáveis em aplicar a lei, de forma que a opinião pública possa intervir, os bandidos que transformaram o Brasil em um palco de negociatas podem ficar impunes. É necessário que tenham seus esquemas interrompidos e sejam punidos exemplarmente. Afinal a única quadrilha que podemos admitir – e gostamos – são as das festas juninas.
Foto: Pragmatismo Político