Conversamos com o diretor Financeiro do SEEB/VCR, Jornan Almeida, sobre a saúde financeira do Sindicato e os desafios da atual conjuntura.
O atual cenário político tem relação direta com a manutenção financeira do Sindicato. Quais são as medidas que colocam em risco a vida financeira das entidades de classe? O governo anterior e o atual deixaram nítida a sua visão acerca das entidades sindicais. Particularmente, no atual governo, algumas afirmações feitas ainda em campanha eleitoral se concretizaram durante seus primeiros 70 dias. Exemplo disso foi a Medida Provisória nº 873/2019, responsável por findar a arrecadação em folha da mensalidade sindical, e a Medida Provisória nº 870/2019, que diz respeito a transferência da coordenação-geral do registro sindical para o Ministério da Justiça. As MPs têm como objetivo enfraquecer os sindicatos financeiramente, perdendo assim sua força de atuação. Porém, enquanto houver injustiça social e trabalhista, existirá o sindicalismo no Brasil.
Quais as fontes de arrecadação do Sindicato e qual a saída para buscar novas alternativas diante da atual conjuntura? A principal fonte é a mensalidade sindical, seguida do desconto negocial e, por fim, as ações judiciais quando há condenação em honorários assistenciais. A alternativa que o sindicato possui agora é intensificar o trabalho de base, e, por conseguinte, ampliar o número de associados.
Qual a avaliação que pode ser realizada sobre a situação financeira do Sindicato no último ano? Avalio como positiva. O resultado se mostrou acima do planejado por dois motivos: o desfecho da Campanha Salarial, encerrada precocemente – em relação aos anos anteriores – sem necessidade de greve, e devido ao desconto negocial, que supriu a ausência do imposto sindical.
De que forma o SEEB/VCR tem conseguido garantir a transparência de suas contas? Disponibilizando os livros contábeis e seus respectivos documentos físicos para apreciação de seus associados na sede do Sindicato, além de elaborar o orçamento com a participação da categoria e prestar contas em assembleia, detalhando minuciosamente as áreas em que foram feitos os investimentos.
Como a participação dos bancários na discussão sobre o orçamento contribui para o fortalecimento do Sindicato? A partir da participação maciça nas assembleias, trazendo ideias, anseios, perspectivas e reflexões. Assim, é possível a elaboração de estratégias de comunicação, realizar contrapontos à ofensiva conservadora, cultivar alianças, reforço jurídico e, por fim, construir unidades para o Sindicato continuar combativo na defesa dos direitos dos trabalhadores. Agradecemos a participação de cada um dos associados pelo fortalecimento da nossa categoria e desejamos que no ano de 2019 essa ampliação seja ainda mais expressiva.