Foi empossado nesta quarta-feira, 1º de junho, o novo presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi. O anúncio do nome dele para ocupar o cargo foi feito pelo Ministério da Fazenda no dia 25 de maio. Para a Diretoria da Fenae, a nomeação é preocupante, pois Occhi já se manifestou favorável à abertura de capital do banco. Logo após a posse, inclusive, disse que essa é mesmo uma alternativa em estudo, pois "seria uma oportunidade grande de ganho para a Caixa e o Tesouro Nacional".
“Em entrevista à Agência Estado, Gilberto Occhi afirmou que defende e que vai analisar a abertura de capital das áreas de seguros, cartões e loterias. Depois, a abertura da empresa para o mercado. Esse é um retrocesso que não aceitaremos. É fundamental que a Caixa continue 100% pública e parceira do Estado na execução de políticas públicas, sobretudo em benefício dos mais carentes”, afirma o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.
A coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Fabiana Matheus, diz que a categoria está pronta para, mais uma vez, barrar essa e outras ameaças. “Sempre que se falou em privatização ou abertura de capital, mobilizamos os trabalhadores e as propostas não avançaram. No governo FHC, tivemos perda de direitos trabalhistas, anos sem reajuste salarial e demissões, tudo para enfraquecer a empresa. Antes mesmo de assumir, Occhi, nomeado por um governo ilegítimo, falou em fechamento de agências. O filme é o mesmo, e não queremos assisti-lo novamente”, avisa.
Ato no Rio
Na próxima segunda-feira, 6 de junho, em grande ato no Rio de Janeiro (RJ), será lançada a Campanha Nacional em Defesa das Empresas Públicas. Será na Fundição Progresso, na Lapa, com a participação de intelectuais, políticos e representantes dos movimentos social e sindical. Além da Fenae, marcarão presença entidades como a CUT, CTB, Intersindical, Nova Central, Contraf/CUT, FUP, CNTE, Apcef/RJ e sindicatos de bancários.
“Temos que fazer do dia 6 uma data histórica contra esse desmonte proposto pelo governo golpista”, destaca Maria Rita Serrano, coordenadora do Comitê em Defesa das Empresas Públicas. Ela confirma que há riscos de o PL 4918 (antigo PLS 555) retornar ao texto original. “Discutimos e recebemos apoio de integrantes do governo Dilma para mudar o texto. Agora, o governo não nos apoiará, e mesmo os avanços que obtivemos poderão ser derrubados”, frisa.