A ONU (Organização das Nações Unidas) acusa Israel de cometer “crimes contra a humanidade” por seus ataques a Gaza. Em declaração emitida nesta quinta (19), em Genebra, sete relatores da entidade alertaram que há um risco de genocídio contra palestinos se a ofensiva não for parada.
“O cerco completo de Gaza, juntamente com ordens de evacuação inviáveis e transferências forçadas de população, é uma violação do direito internacional humanitário e criminal. Além disso, é de uma crueldade indescritível”, afirma o documento.
Risco de genocídio
A declaração ainda lembra que a destruição intencional de casas e infraestruturas civis, além do corte de água, medicamentos e alimentos, são proibidos pelo direito penal internacional. “Estamos soando o alarme: Há uma campanha contínua de Israel que resulta em crimes contra a humanidade em Gaza”, prossegue.
Os relatores da ONU também afirmam que as ações militares em Gaza e as prisões e assassinatos na Cisjordânia geram um “risco de genocídio contra o povo palestino”. Essa é a manifestação mais forte da ONU desde o início do conflito, no último dia 7, quando o Hamas atacou Israel. A relação entre a diplomacia israelense e a entidade tem sido de tensão.
“Não há justificativa para tais crimes”
Entre os signatários do documento estão os relatores Pedro Arrojo Agudo, sobre os Direitos Humanos à Água Potável e ao Saneamento; Francesca Albanese, sobre a situação dos direitos humanos no Território Palestino Ocupado; Paula Gaviria Betancur, sobre os direitos humanos de Pessoas Deslocadas Internamente e Balakrishnan Rajagopal, sobre o direito à Moradia.
Eles apontam que “não há justificativas ou exceções para tais crimes” e se dizem “chocados com a inação da comunidade internacional diante da guerra”.
Cessar fogo imediato
“É hora de cessar fogo imediatamente e garantir o acesso urgente e desimpedido a suprimentos humanitários essenciais, incluindo alimentos, água, abrigo, medicamentos, combustível e eletricidade. A segurança física da população civil deve ser garantida”, afirmam.
O documento ainda pede “reparação, restituição e reconstrução” do que foi destruído por Israel e condena o ataque ao hospital que matou mais de 470 pessoas na última terça (17). O “cerco total” promovido a Gaza também é citado na manifestação, que lembra que o corte de recursos “indispensáveis à sobrevivência” também é uma “violação do direito internacional humanitário”.
Fonte: DCM