O Pacto pela Inclusão Social de Jovens Negras e Negros no Mercado de Trabalho de São Paulo foi lançado na sede do Ministério Público do Trabalho (MPT-SP). O documento foi elaborado pela Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidade e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade) do MPT, com a participação de várias instituições e entidades dos movimentos negros.
O secretário de Combate ao Racismo da Contraf, Almir Aguiar, que participou do evento, afirmou que existe preconceito no sistema financeiro e a ausência de negros e negras é visível, tanto o Censo da Diversidade de 2008, como de 2014. “A participação dos negros é pequena diante dos 450 mil trabalhadores do setor. A cor da pele dificulta não só o acesso como também a ascensão profissional.”
Para o secretário de Combate ao Racismo da Contraf, os bancos deveriam assinar o Pacto pela Inclusão Social de Jovens Negras e Negros no Mercado de Trabalho e amplia-lo para todo o país. “A Bahia é um exemplo clássico, é um estado predominantemente negro, e ainda tem poucos negro trabalhando no setor”, completou.
A procuradora Valdirene de Assis, representante nacional da Coordigualdade, disse que o objetivo do Pacto é fortalecer e efetivar políticas e ações voltadas à população negra, buscando ampliar a sua inserção e ascensão ao mercado de trabalho. “Ele estabelece formas de ampliar a qualificação e a capacitação desse público, além de conscientizar a sociedade, agentes públicos e colaboradores da iniciativa privada sobre a importância da diversidade racial nos segmentos empresariais e governamentais.”
Durante o evento foi inaugurado ainda o Fórum Estadual de Prevenção e Combate à Discriminação Racial nas Relações de Trabalho, que terá encontros bimestrais e constituição proposta pelo Ministério Público do Trabalho e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro participará. “A proposta do Pacto das empresas admitirem jovens negras e negros egressos do sistema de cotas, universitários negros e negras beneficiários de bolsas e cotistas e estudantes negros e negras de programa de pós-graduação, não é diferente do debate que a CGROSS vem fazendo com a Fenaban. A representação da Fenaban disse que vem treinando alguns jovens negros para possível contratação. O Pacto mostra que a Fenaban precisa sair desse atraso e ser mais inclusiva, não basta fazer o treinamento, tem que efetivamente contratar negras e negros e inseri-los no sistema financeiro”, finalizou Almir Aguiar.