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Pagamento do Auxílio Emergencial deve aumentar exposição dos empregados da Caixa ao Covid-19

A partir desta quinta-feira, 09, se inicia o pagamento do auxílio emergencial para as pessoas que já têm poupança na Caixa Econômica ou são correntistas do Banco do Brasil. A partir do dia 14, outros beneficiários começam a receber a primeira parcela de R$ 600,00 do total de três, que serão pagas até o final de maio. A expectativa do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, é de que 54 milhões de pessoas sejam beneficiadas.

Para a diretora do Sindibancários/ES, Lizandre Borges, há uma grande preocupação sobre os impactos do pagamento do auxílio nas agências da Caixa e lotéricas, que atenderão a grande maioria dos beneficiários. “Em meio à pandemia de coronavírus, justamente no momento em que a curva de contágio está em franca ascensão, a apreensão é enorme com os empregados da Caixa que estão na linha de frente”. Ela lembra que não faz uma semana que o gerente da Caixa em São Mateus foi o primeiro bancário vítima da Covid-19 no Espírito Santo. “Causa muita preocupação ao Sindicato saber que esses empregados já estão hoje vulneráveis ao vírus e nas próximas semanas essa exposição será ainda maior, com o aumento da demanda nas agências”, assevera Lizandre.

Na coletiva sobre as regras para o pagamento do auxílio nessa terça-feira, 07, o presidente da Caixa informou que o banco público hoje já paga em um único mês cerca de 25 milhões de pessoas. Guimarães estima que esse número dobre com o pagamento do auxílio emergencial. “A grandeza dos números assusta. Desde o início da pandemia o Sindicato tem insistido que a medida mais efetiva para evitar a propagação do coronavírus é o isolamento social. E só é possível garantir o isolamento para todos os bancários e todas as bancárias se o atendimento for completamente suspenso”, reafirma.

Desde o dia 23 de março um decreto do Governo do Estado determinou a suspensão do atendimento nas agências (válido até o próximo dia 12), mas com restrições a pessoas com doenças graves e beneficiários de programas para mitigar os efeitos socioeconômicos da pandemia, como o pagamento do auxílio emergencial. A dirigente sindical afirma que, apesar da quarentena a das restrições impostas pelo decreto governamental, o movimento nas agências tem sido grande. Ela diz ainda que o presidente da Caixa está apostando que boa parte dos beneficiários baixe o aplicativo da Caixa e faça todas as operações eletronicamente. “Na prática, sabemos que essa operação gigantesca não será nada simples”, diz Lizandre, que completa: “Milhões de brasileiros não têm acesso à internet. Esse é um fato”.

Sem acesso à internet

A dirigente sindical se refere à Síntese de Indicadores Sociais do IBGE (dados de 2018). Segundo o estudo, 20% da população não têm acesso à internet. Parte dessas pessoas vive (ou sobrevive) com R$ 420 por mês. “Esse é o segmento que mais precisa do auxílio. O desafio é fazer o dinheiro chegar principalmente a essas pessoas que estão vivendo abaixo da linha da miséria. Talvez, muitas delas nem saibam que há um benefício disponível e que elas têm direito a recebê-lo”, afirma Lizandre.

Para Lizandre, o governo Bolsonaro foi lento em planejar uma ação para as camadas menos favorecidas da população. “Na verdade, Bolsonaro nunca esteve preocupado com os mais pobres, os desempregados, os informais, ou seja, as pessoas mais vulneráveis aos efeitos socioeconômicos da pandemia”. Ela lembra que a proposta inicial do governo era pagar um auxílio de R$ 200. A Câmara dos Deputados elevou esse valor para R$ 500, 00 e governo subiu mais R$ 100, para tentar “roubar” para si a autoria do auxílio.

Lizandre recorda ainda que os sindicatos já cobravam da Caixa uma proposta para incluir cerca de 40 milhões de brasileiros na rede bancária. “Agora o presidente da Caixa que criar 30 milhões de contas poupança da noite para o dia, com a curva de pandemia do coronavírus cada vez mais íngreme. Se houvesse preocupação deste governo com os mais vulneráveis, essas pessoas, sobretudo os mais pobres que hoje são invisíveis ao sistema bancário, estariam todos cadastrados e com suas contas bancárias ativas. Isso aliviaria a sobrecarga presencial nas agências Caixa e lotéricas, evitando a exposição dos empregados ao vírus e, consequentemente, poupando vidas”, finaliza Lizandre.

Auxílio emergencial

O Auxílio Emergencial é um benefício financeiro destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, e tem por objetivo fornecer proteção emergencial no período de enfrentamento à crise causada pela pandemia do Coronavírus – COVID 19.

O benefício no valor de R$ 600,00 será pago por três meses, para até duas pessoas da mesma família.

Para as famílias em que a mulher seja a única responsável pelas despesas da casa, o valor pago mensalmente será de R$1.200,00.

Quem estava no Cadastro Único até o dia 20/03, e que atenda as regras do Programa, receberá sem precisar se cadastrar no site da CAIXA.

Quem recebe Bolsa Família poderá receber o Auxílio Emergencial, desde que seja mais vantajoso. Neste período o Bolsa Família ficará suspenso.

As pessoas que não estavam no Cadastro Único até 20/03, mas que têm direito ao auxílio poderão se cadastrar no site auxilio.caixa.gov.br ou pelo APP CAIXA|Auxílio Emergencial.

Depois de fazer o cadastro, a pessoa pode acompanhar se vai receber o auxílio emergencial, consultando no próprio site ou APP.

Datas de pagamento do auxílio

1ª parcela

Quem tem poupança na Caixa ou correntista do BB A partir de 9/4 Em até 2 dias úteis
Outros beneficiários A partir de 14/4 Em até 3 dias úteis

2ª parcela

Mês de nascimento Dia do pagamento
jan., fev. e mar. 27/4
abr., mai. e jun. 28/4
jul., ago. e set. 29/4
out., nov. e dez 30/4

3ª parcela

Mês de nascimento Dia do pagamento
jan., fev. e mar. 26/5
abr., mai. e jun. 27/5
jul., ago. e set. 28/5
out., nov. e dez 29/5

 

 

Beneficiários do Bolsa Família

Parcela Dia do pagamento
1ª parcela de 16 a 30/4
2ª parcela de 18 a a 29/5
3ª parcela de 17 a 30/6

 

Fonte: SEEB/ES

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