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A pandemia e a necessidade do fortalecimento dos bancos públicos

Foi assinado nesta semana o decreto que garante o auxílio emergencial para trabalhadoras/es informais e desempregadas/os. Um passo importante para minimizar os impactos econômicos da pandemia do Covid-19 no Brasil, mas nos alerta para uma outra questão.

A partir da pressão de movimentos sindicais e populares, o Senado aprovou a renda mínima de R$600 para trabalhadores autônomos e desempregados. Um encaminhamento necessário, principalmente para as e os trabalhadores em maior vulnerabilidade econômica neste momento de pandemia.

Diante de uma crise sanitária, política e econômica, a importância da presença do Estado com medidas que busquem priorizar o bem-estar social está ancorada na necessidade de bancos públicos capazes de operar uma política econômica desse caráter.

Enquanto o governo de Jair Bolsonaro olha para os bancos como se fossem um único bloco, injetando dinheiro público para sustentar caixas daqueles que nunca deixaram de lucrar no país, mesmo com a recessão econômica que o país já estava enfrentando antes da pandemia, os bancos privados.

Sobra investimento para os banqueiros do setor privado, os bancos públicos passam por um profundo processo de desmonte nos últimos anos, com o objetivo de acabar com eles. Só no ano passado, o investimento nas empresas públicas diminuiu em mais de 30%.

As rotineiras reestruturações que os bancos públicos tem passado, tem tornado a realidade interna completamente caótica. Faltam funcionários para corresponder as demandas e a sobrecarga de trabalho tem resultado em grande adoecimento da categoria.

Por se tratar de um benefício vindo do estado, o pagamento será realizado pelos públicos. Como bancárias e bancários da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Banco do Nordeste vão atender à grande demanda do repasse desse benefício diante do cenário de desinvestimentos que estes bancos estão enfrentando?

Nos últimos anos os bancos públicos tem sofrido uma série de reestruturações que pioram as condições de trabalho para a categoria bancária, assim como torna impossível prestar um bom serviço à população. Só em 2019, o BB foi responsável pelo fechamento de 417 agências em todo o país. Em Vitória da Conquista foram fechadas duas agências e na base do SEEB/VCR, e seis agências foram transformadas em Postos de Atendimento. O BNB também fechou uma agência em Conquista. A Caixa Econômica neste ano fechou 30 Superintendências em todo o país, inclusive a Superintendência de Conquista, o que ocasionou na realocação de funcionários e setores administrativos do banco, sobrecarregando as demais agências.

Com esse projeto de sucateamento, por meio dos Planos de Demissão Voluntária a redução da folha de funcionários tem sido uma realidade, só a caixa nos últimos 6 anos demitiu cerca de 24 mil funcionários. No Banco do Brasil entre 2016 e 2019 foram menos 28 mil de funcionários em todo o país, segundo dados da Cut. Já no Banco do Nordeste, só em 2019, foram fechados 203 novos postos de trabalho.

Além disso, os PDVs também são responsáveis por transferências compulsórias, que só neste ano retirou de Vitória da Conquistas 13 funcionários do BB.

A saída está na contramão do projeto do atual governo.”Em todos os cenários de crises econômicas que o país passou os bancos públicos sempre foram fundamentais para a nossa recuperação. As estatais, com a disponibilização de investimentos nas áreas de infraestrutura e desenvolvimento social, contribuem para gerar empregos e distribuir renda. Nesse momento de agravamento da crise, decorrente da pandemia, fica evidente a importância de fortalecer a estrutura dos bancos públicos, com melhores condições de trabalho e atendimento e mais funcionários, pois estão na linha de frente de execução das políticas sociais que visam diminuir os efeitos dessa pandemia, tanto para os mais carentes, quanto para os pequenos e médios setores produtivos”, destaca Leonardo Viana, presidente do SEEB/VCR.

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