Por Altamiro Borges
Os idosos brasileiros estão novamente na mira do “deus-mercado”. Ou eles se organizam em entidades para lutar pelos seus direitos, como sindicatos e associações, ou sofrerão duros retrocessos em breve. A jornalista Mônica Bergamo revelou na Folha na semana passada que a “Câmara Federal debate alterar estatuto do idoso pra permitir aumento de planos de saúde”.
Segundo a notinha, uma comissão especial criada no parlamento para estudar mudanças na legislação do setor já discute mais um golpe drástico: a alteração do artigo do estatuto que veda a discriminação dos idosos “nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade”.
“De acordo com uma minuta que circula entre parlamentares da comissão, a essa frase seria acrescentada uma vírgula e depois a sentença: ‘sendo permitida a aplicação parcelada do reajuste da última faixa etária após os sessenta anos’… A redação caiu como bomba entre especialistas em defesa do consumidor e estudiosos do mercado”, afirma a jornalista.
“Sob a aparência de um parcelamento, estará sendo permitido, na prática, o aumento periódico dos preços dos planos para os mais velhos, o que hoje não é admitido. Se aprovada, será das leis mais cruéis que se pode ter no momento. Será um aumento camuflado”, alerta o professor Mário Scheffer, do departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo (USP).
Fonte: CTB