Manifestantes da Frente Povo Sem Medo que ocupavam o Gabinete Regional da Presidência da República em São Paulo, na Avenida Paulista, centro da capital, foram reprimidos pela Polícia Militar. O protesto, que exigia a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida, começou às 14h desta quarta-feira (1) e a investida da PM ocorreu no final da tarde. Segundo os manifestantes, a própria polícia causou um tumulto após o estouro de um rojão e agiu com violência jogando bombas de gás lacrimogênio.
Cinco pessoas foram presas, entre elas uma médica que tentava ajudar um dos manifestantes feridos, segundo informaram integrantes da Frente. Após as detenções, a Tropa de Choque cercou o prédio e três faixas da Paulista, antes ocupadas, foram liberadas.
A ação da Frente Povo Sem Medo, da qual o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) faz parte, é realizada em protesto às mudanças feitas pelo governo interido de Michel Temer em relação ao programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). No final de maio, em entrevista ao Estado de S.Paulo, o atual ministro das Cidades, Bruno Araújo, afirmou que toda a 3ª fase do MCMV, que tinha como objetivo a contratação de 2 milhões de moradias até 2018, seria suspensa.
"Não vamos aceitar os cortes das casas já contratadas do programa Minha Casa, Minha Vida que esse governo ilegítimo está fazendo. Estamos nos mobilizando contra isso. Foi um gesto irresponsável [do governo interino]", afirmou Guilherme Boulos, dirigente nacional do MTST.
Sonho adiado
"Há pouco menos de um mês, nós estávamos com nossos contratos do Minha Casa, Minha Vida todos ok, tudo assinado e aprovado. Uma semana depois que o presidente interino tomou posse, ele revogou tudo, 10 mil moradias. As famílias estavam com expectativa; o terreno já está comprado. Ele, com uma simples canetada, revogou tudo que a gente tinha conquistado com uma luta de anos", disse Simone Silva, militante do MTST.
Também presente na ocupação, José Domingos, coordenador do movimento, disse que a ocupação não teria data para terminar. Segundo ele, protestos deste tipo são necessários para forçar Michel Temer a mudar suas posições.
Fonte: Brasil de Fato