A luta por geração de emprego decente e contra as políticas de desmonte do Estado brasileiro promovidas pelo governo de Jair Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que afetam diretamente o setor industrial do país, elevando índices de desemprego, será levada à Avenida Paulista nesta segunda-feira (3).
A CUT, demais centrais sindicais e movimentos sociais vão aproveitar a presença de Bolsonaro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), onde ele vai almoçar com dirigentes da entidade, para protestar e apresentar propostas de desenvolvimento econômico. A manifestação tem início as 9h da manhã, no vão livre do Masp. Ao meio dia será realizado um ato político em frente à Fiesp.
A manifestação contra Bolsonaro denunciará os ataques ao setor industrial brasileiro, que vem sofrendo com a política de entrega de empresas públicas a corporações estrangeiras, casos da Eletrobrás e Petrobras, que correm sério risco de serem privatizadas e da Embraer, recentemente entregue à Boeing.
Durante o ato, que também será em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e pela geração de emprego decente, com direitos garantidos, será apresentado o documento “Ações para uma indústria capaz de alicerçar o desenvolvimento brasileiro”. Elaborado pelo conjunto das centrais sindicais, o documento fala da importância e da função indústria na retomada do crescimento do país, com geração de empregos de qualidade.
O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, afirma que “não tem como o Brasil garantir padrão de vida para o seu povo, melhorar os serviços de educação, de saúde, se não tiver uma base industrial muito forte”.
Segundo ele, “a indústria brasileira está morrendo, vem caindo ao longo do tempo e é preciso botar essa agenda no centro do debate do País”.
Proteção ao emprego na indústria
O presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, reforça que o ato desta segunda-feira defenderá o setor industrial brasileiro porque com o descaso do governo toda a sociedade acaba sendo afetada com o processo de desnacionalização e desindustrialização que envolve todos os setores da CUT – privado, como indústria e comércio, e serviços públicos.
“O ataque à indústria – química, metalúrgica e da construção civil – é um problema de toda a classe trabalhadora porque cada indústria que fecha, afeta a cadeia produtiva e causa impactos na economia e também na arrecadação de impostos pelo governo federal, o que prejudica investimentos em áreas sociais como saúde e educação”, afirma Douglas Izzo.
Por isso, ele destaca a participação dos movimentos sociais, representados pelas Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, em especial, dos estudantes, representados por entidades como a União Nacional dos Estudantes (Une) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), que se unem à manifestação em defesa da educação e exigindo a saída do ministro Abraham Weintraub, considerado junto com Bolsonaro ‘inimigo da educação’.
Ataques ao setor industrial, aos empregos e aos direitos
O presidente da CUT São Paulo reforça que a presença de Bolsonaro na Fiesp é um indicativo de que o projeto de ataques aos direitos dos trabalhadores está longe de ter fim. “E além de destruir os empregos, Bolsonaro destrói todo o setor industrial”, completa Douglas Izzo.
“Basta lembrar o que foi feito com a indústria da Construção Civil, que já sofreu com os efeitos da Lava-Jato. Praticamente acabou e a intenção é abrir o mercado para grandes construtoras dos Estados Unidos e China fazerem obras públicas no Brasil”, diz o dirigente.
Ele reforça que o ato é fundamental para demonstrar resistência contra o governo, “porque o setor é estratégico para o desenvolvimento do Brasil” .
Fiesp não representa mais nada
Douglas Izzo, da CUT-SP lembra também que, além de não representar mais o setor industrial, a Fiesp foi uma das entidades que apoiou e financiou o golpe contra Dilma Rousseff e os ataques aos direitos como a reforma Trabalhista e a reforma da Previdência.
“Ao invés de investir na modernização do parque industrial, empresários querem aumentar lucros retirando os direitos dos trabalhadores. Essa é a crítica que fazemos aos empresários e é contra isso que lutamos”, pontua o dirigente.
O presidente da CUT nacional, Sérgio Nobre, complementa afirmando que a entidade não tem mais nenhuma pauta em favor da retomada do setor industrial do Brasil porque está se alinhando a um governo fascista, de extrema direita e que desindustrializa o país. “Isso é grave”, ele completa.
Fonte: CUT.