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“Precisamos que nossa categoria esteja muito unida”

""Na semana em que será realizado o X Congresso Regional dos Bancários, conversamos com o presidente do SEEB/VCR, Paulo Barrocas, que abordou as expectativas para o evento, a Campanha Salarial 2016 e o atual contexto político-econômico. Confira.

Quais são as suas expectativas para o X Congresso Regional dos Bancários?
São as melhores possíveis. Esperamos uma grande participação e estamos organizando tudo para que a nossa categoria se sinta à vontade para trazer suas demandas e contribuir para o enriquecimento dos debates, encaminhando propostas que visem melhores condições de vida e trabalho para os bancários.

Como foram definidos os palestrantes que participarão do evento?
Para auxiliar no entendimento do momento de crise política e econômica que estamos vivendo, tivemos a preocupação de não ficar com uma única visão de análise deste cenário preocupante para todos nós. Nossa diretoria teve o cuidado de trazer palestrantes de diferentes linhas de pensamento no movimento sindical bancário.

Qual a importância da participação dos bancários nas discussões?
Este é um momento de crise que pode trazer graves consequências para todos os trabalhadores e, em especial, para a nossa categoria. O Congresso é a instância máxima de deliberação dos bancários, então, além de participar das discussões acerca da conjuntura, precisamos que todos contribuam, trazendo suas demandas para definir as reivindicações para a Campanha Salarial e traçar o plano de atuação do Sindicato para os próximos três anos.

Como o Sr. avalia o momento vivido pelo trabalhador brasileiro, com tamanha crise política e econômica?
É muito preocupante para todos os trabalhadores, pois, os setores conservadores, não satisfeitos em terem perdido as quatro últimas eleições, se organizam numa velocidade avassaladora sobre as conquistas sociais e trabalhistas. Além dos vários projetos de autoria de deputados e senadores conservadores que votaram a favor do impeachment, o projeto apresentado pelo novo governo e também a nomeação do seu ministério apontam para uma agenda regressiva e retirada de direitos trabalhistas conquistados há mais de 50 anos.

Quais são as consequências negativas que podem ocorrer para os trabalhadores neste momento de transição do governo?
A que a classe trabalhadora deve ficar atenta? Uma das maiores preocupações que teremos com esse novo governo golpista é a terceirização. Já somos a categoria mais terceirizada sem ter uma lei que autorize. Então, se for autorizada, praticamente não teremos mais bancários contratados diretamente pelos bancos. A terceirização visa única e exclusivamente à redução de custos, precarização do trabalho e o aumento ainda maior dos lucros dos grandes empresários. E, para satisfazer o mercado ainda mais, se propõe o fim da indexação do salário (que foi responsável pela melhoria da qualidade de vida), a privatização de empresas vitais para o país, e a extinção de políticas públicas de transferência de renda que ajudaram a tirar muita gente da miséria.

Diante deste cenário, quais são as perspectivas para a Campanha Salarial 2016?
Vamos ter uma Campanha Salarial muito difícil. As negociações já foram difíceis no último ano, e neste cenário de crise, com este governo que aponta para privatizações e retirada de direitos, não será nada fácil. Precisamos que nossa categoria esteja muito unida, com uma resistência maior que nos últimos tempos, para enfrentar o que pode vir pela frente.

Como deve ser o posicionamento da categoria diante da retirada dos direitos trabalhistas, conquistados com tanta luta da classe trabalhadora?
Não existe outro caminho que não seja a luta. Historicamente, a conta nos momentos de crise sempre é empurrada para os trabalhadores. Com a ofensiva dos setores conservadores, os trabalhadores ficam desprotegidos e submetidos ao poder econômico, obrigados à flexibilização de direitos. É de extrema importância que todos os trabalhadores procurem fortalecer suas entidades para garantir que nossos direitos não sejam retirados. Teremos que ir para a rua lutar pelo que é nosso.

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