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“Precisamos ter uma Campanha politizada”

""Com a realização da 18ª edição da Conferência Interestadual dos Bancários da Bahia e Sergipe, no último fim de semana, em Salvador, aproveitamos a oportunidade para conversar com o presidente da Federação (FEEBASE), Emanoel Souza de Jesus. Confira.

Qual a avaliação que pode ser feita sobre as discussões e a pauta construída pelos bancários na Conferência Interestadual?
Realizamos uma grande Conferência, com a participação de bancários de todas as bases sindicais ligadas à Federação da Bahia e Sergipe. Os debates foram muito proveitosos e deram conta da gravidade do momento em que vivemos com a possibilidade de consolidação do golpe contra democracia, caso o impeachment da presidente Dilma Roussef seja aprovado no Senado e o governo Temer passe a ser definitivo. Assim, a tarefa central dos bancários neste momento é juntar-se aos demais trabalhadores para barrar o golpe e abrir alguma nova perspectiva para a saída da crise política com participação popular. Uma alternativa seria a realização de um plebiscito para antecipar as eleições para a Presidência da República. Esta parece ser uma forma de restaurar a democracia, devolvendo ao povo o direito de escolher o projeto que governará o país.

Quais as principais demandas e reivindicações da categoria?
O aumento real e a manutenção do emprego são os eixos da Campanha Salarial, na nossa opinião. Mas, não podemos deixar de abordar também questões importantes como o fim da pressão por metas abusivas, do assédio moral e da ameaça constante de demissão, que acaba adoecendo a categoria. Saúde e segurança também estão entre as prioridades da Campanha.

Como as novas tecnologias impactam a vida do bancário, uma vez que os bancos se utilizando delas para prestar serviço aos seus clientes, a exemplo das agências virtuais?
Este foi um tema que ganhou destaque nesta última Conferência, sendo tema da exposição de de Viviam Machado, assessora do Dieese. A convergência tecnológica tem levado a que uma série de serviços bancários passem a ser prestados de forma virtual. Isso, obviamente, atinge o emprego bancário, bem como no perfil da categoria. Não adianta sermos contra os avanços tecnológicos, mas precisamos aprofundar o debate de como estes avanços também possam ser usufruídos pelos trabalhadores. A redução drástica do atendimento presencial não interessa aos clientes, nem aos bancários.

Quais são as perspectivas para a Campanha Salarial 2016, considerando a conjuntura do governo do presidente interino, Michel Temer?
Teremos uma Campanha Salarial muito difícil, com inflação alta, crise política e demissões nos bancos. Isso vai exigir muito mais disposição de luta da categoria. Por isso, nós defendemos a mesa única de negociação, aumento real, garantia do emprego e manutenção da unidade da categoria neste contexto de crise política e econômica. A unidade e a mobilização serão fundamentais para enfrentar este processo.

Como a categoria deve se posicionar e se organizar para construir uma mobilização forte para a Campanha?
Precisamos ter uma Campanha politizada, dialogando com a clientela sobre a super exploração a que os bancos nos impõem. E, acima de tudo, uma atuação com unidade e muita mobilização da categoria.

As opiniões expressas na entrevista não refletem, necessariamente, o posicionamento da diretoria do SEEB/VCR.

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