Passam a valer em 1º de fevereiro as alíquotas do PIS/Cofins e da Cide sobre o preço dos combustíveis – de R$ 0,22 para cada litro de gasolina; e de R$ 0,15, no caso do diesel, de acordo com o governo. E a Petrobrás, não mais disposta a subsidiar o consumo do motorista e preparada para novos reajustes de suas tarifas quando julgar necessário, já mandou avisar: quem vai pagar a conta é o consumidor.
Nos cálculos do economista Étore Sanchez, da LCA Consultores, o imposto sobre a gasolina fará o gasto do motorista subir, em média, 8,4%. O preço do diesel avançará nos postos 6,5%, diz.
Mas vamos à pratica. Na última semana, gastou-se R$ 2,62 no Brasil, em média, por litro de gasolina – aponta levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP). Para encher o tanque de um carro popular com capacidade de 55 litros, sob esses preços, foram gastos R$ 145. No próximo mês, portanto, caso haja o repasse exato dos R$ 0,22 a mais por litro, o custo saltará para R$ 156 – elevação pouco abaixo dos 8%.
Vejamos então o caso hipotético de um motoboy autônomo, ao qual daremos o nome de, sei lá, Carlinhos. O tanque da moto de Carlinhos tem capacidade de 15 litros. Ele gasta R$ 39 para abastecer totalmente sua motocicleta, todos os dias – sim, o Carlinhos deste exemplo trabalha demais. Nos dias úteis de um mês, sob os preços demonstrados acima, gastou R$ 786. A partir de fevereiro, esse custo saltará para R$ 852 por mês – exatamente os 8,4% a mais de gastos calculados por Étore. E, como Carlinhos é autônomo, a diferença de R$ 66 vai sair de sua carteira.
Ainda de acordo com a ANP, nos postos pesquisados onde o preço da gasolina esteve mais alto, eram pagos R$ 3,19 por litro. Os consumidores desses estabelecimentos, que gastavam R$ 175 para abastecer seus carros populares, terão de arcar com R$ 187 – alta de 6,5%.
Fonte: Estadão