Na última semana, a Prefeitura Municipal de Iguaí enviou um ofício aos bancos solicitando a disponibilização de funcionários para organização das filas externas e internas, em razão do decreto nº 20.311 do Governo da Bahia.
A falta de funcionários é uma realidade nas agências bancárias do município. No Banco do Brasil, por exemplo, a reestruturação cortou postos de trabalho e a unidade conta com apenas quatro bancários para atender a demanda da região. Na Caixa Econômica Federal, banco responsável pelo pagamento do Auxílio Emergencial, são somente seis funcionários. Já o Bradesco é operado com não mais que sete empregados.
As aglomerações são reflexo direto das demissões e dos cortes de postos de trabalho, tendo em vista que mais bancários otimizariam o atendimento à população, diminuindo o tempo de espera. Direcionar trabalhadores bancários – que já estão sobrecarregados com a alta demanda e acuados pelo cumprimento de metas – para a fiscalização das filas, não resolve a situação e extrapola a função da profissão.
Em relação à organização dentro e fora das agências, os bancos possuem poder financeiro para contratar funcionários temporários específicos para este trabalho. Outra alternativa, que inclusive já acontece em alguns municípios, é criar uma parceria com o poder público para disponibilização de servidores municipais para atuarem na ordenação dos usuários e clientes.
“As constantes políticas de demissões que os bancos públicos e privados têm promovido, mesmo durante a pandemia, apresentam reflexos diretos no atendimento à população. Por isso, temos testemunhado imensas filas nas portas dos bancos. Além de cobrar a contratação de funcionários (coisa que o Sindicato vem fazendo constantemente), durante essa pandemia do coronavirus é fundamental que os municípios atuem conjuntamente com os bancos, para garantir o mínimo de organização externa e segurança para a população que busca os serviços bancários. Essa atuação conjunta deve acontecer de maneira imediata para garantir a preservação da saúde e a vida da população e dos trabalhadores”, considera Leonardo Viana, presidente do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região.