Entre outras reivindicações, categoria busca participar do debate sobre aulas presenciais
Dessa vez a assembleia do Sindicato Magistério Público de Vitória da Conquista foi na rua. Reunidos na Praça Sá Barreto, de onde partiram em manifestação até a prefeitura na última quinta-feira, 23, os professores da Rede Municipal votaram por diversas reivindicações – entre elas a participação no debate sobre a volta presencial das aulas.
O Simmp – teve o apoio de outras entidades representativas da sociedade na mobilização, como a APLB Sindicato e o Movimento dos Trabalhadores Desempregados – MTD. A comunidade entende que é necessária uma mudança de postura da Prefeitura Municipal em relação aos temas ligados à Educação em Vitória da Conquista.
O exemplo mais claro dessa postura equivocada do poder público municipal é o fato de afastar professores, pais de alunos e até o Conselho Municipal de Educação – CME – do diálogo sobre o retorno presencial das aulas. Na prática, a Prefeitura tem seguido a cartilha dos donos de escolas particulares, cujos interesses e estrutura são bem diferentes da realidade da maioria da população.
“Gerir o serviço público é também ter responsabilidade para com as entidades que representam a sociedade e o Simmp é quem representa os professores”, comenta a presidente do Sindicato, professora Elenilda Ramos. “Que fique claro que não somos contra as aulas presenciais. O que nós professores queremos é participar das discussões, já que somos diretamente interessados nessas ações”, completa.
As reivindicações do Simmp incluem ainda outras pautas importantes, como a distribuição da merenda nas unidades escolares. “A merenda tem sido insuficiente, o que põe em risco a segurança alimentar e nutricional dos nossos alunos. Então pedimos explicações à Prefeitura quanto a esse atraso na entrega dos kits”, explica a vice-presidente do Sindicato, professora Greissy Leoncio Reis.
Os professores também cobram uma posição da Prefeitura em relação ao monitoramento do retorno presencial até agora. Completando-se um mês de aulas semipresenciais, ainda não foi apresentado um relatório sobre possíveis contaminações de estudantes e professores, se houve casos suspeitos de Covid-19 ou não. O acompanhamento e a emissão de boletins com essas informações, inclusive, constam das resoluções sobre o retorno.
Outro ponto levantado na assembleia dos professores foi a necessidade de construção de um documento de biossegurança que oriente as escolas sobre como agir nesse retorno. Os professores lembram que tanto as escolas quanto a comunidade tem direito de saber quais são os protocolos que serão seguidos, tanto da perspectiva da segurança à saúde quanto da perspectiva pedagógica – como tem sido o ensino nesse período no município.
O Simmp, inclusive, já enviou ofícios ao Ministério Público e ao CME cobrando uma resolução sobre o ensino híbrido no município, já que não há uma legislação local disciplinando a atividade. Assim, o ensino vem sendo feito sem a devida formalidade e respaldo legal.
As comissões retiradas na assembleia desta sexta-feira foram recebidas na prefeitura pela secretária adjunta da Smed, professora Selma Oliveira, que entendeu as solicitações da categoria. O Simmp vai continuar cobrando uma postura mais democrática da Prefeitura, sem publicação de decretos autoritários e com a participação dos reais interessados na discussão – professores, outros profissionais da educação, pais e estudantes, não apenas empresários do setor.