Manifestações ocorridas no último dia 13, em sua maioria pedindo o impeacheament da presidente Dilma, e a manifestação programada para o dia 18, em defesa de Lula e do Governo, deveriam contribuir para que o país encontrasse seu caminho democrático e de participação popular. Mas não é bem assim.
Organizados por grupos partidários, esta não é uma disputa ideológica, pois tanto o grupo que está no poder (PT, PMDB, PC do B, etc..) quanto aqueles que querem assumí-lo (PSDB, DEM, etc..), têm defendido as mesmas políticas econômicas que colocaram o país em uma crise histórica, como as privatizações, as retiradas de direitos dos trabalhadores, os juros em níveis abusivos, o superávit primário para pagamento da dívida pública em benefício dos bancos, e o favorecimento das empreiteiras e do agronegócio (principais financiadores das campanhas eleitorais no Brasil).
Defender a saída ou a manutenção da atual presidente é uma atitude muito simplista diante da crise. A saída de Dilma deveria implicar naturalmente na saída do vice, Michel Temer, do presidente do Senado, Renan Calheiros, do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Mesmo assim, o segundo colocado nas eleições, Aécio Neves, não poderia ocupar a presidência. Todos também estão envolvidos em processos de corrupção e desvios de dinheiro público e foram citados na operação lava-jato. Se houver uma investigação séria, tanto os partidos aliados ao Governo, quanto os de oposição, teriam suas contas rejeitadas.
Eleição tem de deixar de ser apenas um grande negócio com lucros para poucos. É preciso que haja mudanças urgentes no modelo eleitoral com ampla participação do cidadão e investigações em todas as esferas públicas, com punições exemplares para todos os corruptos e corruptores, independente de qual partido seja filiado ou ramo empresarial que represente.
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