A obtusidade do empresariado brasileiro, que só consegue ver o lucro imediato, atrasa o processo de modernização das relações de trabalho, em que o trabalhador é visto de forma humanizada. Um debate que está na ordem do dia é a redução de jornada com impacto direto no aumento da produção.
Experimento no Brasil feito com 19 empresas confirma a eficácia da redução da jornada sem diminuição salarial. As organizações que aderiram, há cerca de um ano, à experiência internacional da 4 Day Week Global, de quatro dias de trabalho semanais, comprovadamente aumentaram a produção. Em um dos casos, a receita e a produtividade subiram cerca de 15%, em 2024.
Do total das empresas, 46,2% mantiveram o modelo original, de escala 4×3. O restante (53,8%) segue em testes, com modificações de acordo com as necessidades. Outras reduziram a semana de quatro dias para duas ou três por mês. Após um ano houve queda de 43 horas semanais para 35.
Sobre a avaliação geral dos participantes, em uma escala até 10, ficou em 9,1. O comprometimento com a empresa chegou a 9,3, enquanto a realização e a satisfação no trabalho atingiram 8,4. O bem-estar alcançou 8,2. A participação em reuniões sem agenda definida caiu 39,1% e o questionamento de atividades não fundamentais teve retração de 40,4%.
O debate sobre a redução da jornada de trabalho tem sido feito mundialmente. No Brasil será objeto de plesbicito e consta na “Pauta da Classe Trabalhadora”, elaborada pelas centrais sindicais, que será entregue às presidências da Câmara dos Deputados e do Senado. Segmentos progressistas do Congresso Nacional defende a medida, prevista na PEC 148/2015, do senador Paulo Paim (PT-RS). A PEC 8/2025, da deputada Erika Hilton (Psol-SP), também trata do tema.
Fonte: Bancários Bahia.