Paulo Barrocas
Bradesco/Vitória Conquista e presidente do SEEB/VCR
Nossa categoria se mostrou muito engajada no movimento, disposta a lutar por melhores condições de trabalho, devido à situação que vem encontrando dentro das agências. Os bancos mantêm-se com a lucratividade apesar da crise, por conta da cobrança de tarifas e juros exorbitantes. As negociações, principalmente com os bancos públicos, não evoluíram por causa do ajuste fiscal que o governo vem fazendo. O governo se mostrou muito duro com os bancários e questões como melhores condições de trabalho poderiam ter sido atendidas sem um impacto muito forte nas contas estatais. Por parte da Fenaban, tivemos uma proposta inicial de 5,5%, e devido ao engajamento da categoria na luta, conseguiu-se elevar este índice para a reposição da inflação, mesmo sendo insuficiente para atender as reivindicações dos bancários. Especificamente no Bradesco, questões como o plano de saúde, auxílio educação e mais contratações, não foram sequer atendidas ou discutidas durante as negociações. Além disso, na hora em que o movimento estava mais forte, o Comando apontou para a aceitação de uma proposta rebaixada, que não satisfez a categoria. Valeu a luta dos bancários!
Larissa Couto
BB/Vitória da Conquista e diretora de Cultura e Formação Sindical do SEEB/VCR
A Campanha Salarial deste ano foi pautada pelas reivindicações da categoria, principalmente no que diz respeito às melhorias das condições de trabalho, em especial, aumento das contratações (uma vez que houve diversos cortes nos postos de trabalho na rede privada e também nos bancos públicos), o fim das metas abusivas – que leva ao adoecimento da categoria – e o fim do assédio moral. Em relação à pauta específica do Banco do Brasil, não houve avanços significativos, pois a nossa principal pauta (solução dos problemas da CASSI) sequer foi discutida nem apresentada proposta para apreciação. De modo geral, apesar de não termos conquistado os avanços necessários, lutamos contra o setor mais lucrativo do país demonstrando nossa insatisfação nas ruas. Nossa luta não se resume aos dias de paralisação. Estaremos combatendo os abusos dos bancos nas agências para que nossa categoria seja cada dia mais valorizada.
Rodrigo Maia
BNB/Vitória da Conquista e diretor Assuntos Jurídicos do SEEB/VCR
Esta Campanha Salarial foi marcada pela propagação de uma visão perniciosa de crise no setor bancário. Apesar da força recorde na greve, o Comando Nacional resolveu orientar a categoria a aceitar um aumento de 0,12% (o que não é real, não é digno de nota). Lutar para não resolver condições de trabalho, contratações, questão de saúde e capacitação, por exemplo, é frustrante. Mas a luta é um processo que não acaba e não deve acabar. Quanto ao Banco do Nordeste, a proposta apresentada é vergonhosa e ultrajante, principalmente por ser um banco de desenvolvimento. Felizmente, os bancários do BNB mostram, mais vez, a sua capacidade de mobilização, conseguindo se manter por mais dias na luta que qualquer outro. Se o resultado desta luta adicional não surgir agora, certamente estaremos colhendo no futuro.
Sócrathis Aguiar
Itaú/São Geraldo e diretor de Aposentados e Assuntos Previdenciários do SEEB/VCR
Reconheço que os resultados ficaram aquém das expectativas, especialmente por, na última semana de negociação, termos recebido três propostas consecutivas, o que nos deixa a sensação de que tínhamos espaço para avançar numa proposta melhor. Contudo, não abrimos o precedente de aceitar um índice menor que a inflação, nem aceitamos abono. Vi a força da categoria, vários colegas na rua, nas portas dos bancos, nos piquetes, se dedicando para conquistar benefícios para todos. Vi uma assembleia lotada, onde os bancários deram um show; nos públicos, foi mantida a greve por mais tempo, e nos privados, houve uma votação acirrada, como forma de demonstrar sua indignação com o Comando Nacional, que parou as negociações e orientou aceitação da proposta. No Itaú, especificamente, tivemos uma proposta complementar de reajuste na PCR, que deverá ser votado em assembleia nesta quinta-feira, dia 29. Agora é retomar às nossas atividades diárias, com muita dedicação e harmonia.
Bruno Boaventura
CEF/Mongoiós e delegado Sindical
A Campanha deste ano, mais uma vez, foi marcada pela fraqueza do Comando Nacional, que sempre recomenda a aprovação de propostas ruins para os bancários, apesar de sempre iniciar a Campanha com uma pauta floreada de reivindicações. No caso específico da Caixa, não houve nenhum avanço em relação a itens importantes como isonomia e mais contratações. Além disso, continuamos tendo problemas em pressionar os bancos pelo fato dos gestores não aderirem à greve. É importante que os gerentes se convençam de que também devem lutar pelos direitos comuns, pois com a união conseguiremos um maior atendimento às nossas reivindicações, e em menor tempo. Estamos vivendo tempos difíceis em relação a diversos fatores que levam à precarização do trabalho bancário. Precisamos nos unir!