Privatizações das empresas estatais, defesa do livre mercado, reforma da Previdência, retirada e flexibilização dos direitos dos trabalhadores, aumento do encarceramento, armamento da população e licença para matar sem punição, a falta de respeito com as relações homoafetivas e aos direitos de índios, negros, mulheres, além das promessas de acabar com a corrupção e a criminalidade, levaram os brasileiros a elegerem o ultradireitista Jair Bolsonaro à presidência do Brasil.
Com uma votação que chegou a pouco mais da metade dos votos validos e com o apoio de uma parte dos trabalhadores que ouviram o “canto da sereia”, das soluções fáceis, dos discursos “moralistas” e religiosos, e colocaram no poder um personagem marcado pelo o incentivo a violência e ataques virulentos aos direitos humanos. Mesmo antes de tomar posse, o presidente eleito já tenta negociar com o governo Temer uma reforma da Previdência que pretende retirar direitos, além de elevar a idade e o tempo de contribuição para se aposentar. No entanto nada foi dito em relação aos privilégios das aposentadorias e pensões dos militares do Exército e da classe política.
A democracia deve ser respeitada e a responsabilidade de construir um país melhor continua sendo de todos nós. No entanto, a parcela de pessoas que elegeram este representante das elites tem a obrigação de vigiar e fiscalizar para que os direitos democráticos previstos na Constituição sejam respeitados, pois foi assim, após muitos anos de luta, onde muitos foram mortos e torturados pela ditadura militar, que conquistamos o direito ao voto livre e direto para escolha dos representantes políticos.
Reafirmamos aqui nosso compromisso com a resistência a qualquer governo que tente retirar direitos dos trabalhadores, que ataque os direitos humanos e tente acabar o processo democrático conquistado, independentemente de partido ou ideologia. Mais do que nunca, a organização, a solidariedade e a luta da classe trabalhadora será fundamental para impedir os retrocessos sociais e trabalhistas, que já nos ameaçam antes mesmo do novo presidente assumir o cargo, em 2019. A luta não pode parar.
Por Alex Leite,
diretor de Comunicação do SEEB/VCR.