Respeito ao voto

A luta pelas Diretas Já, mais uma vez, está nas ruas, mobilizando trabalhadores, artistas, desempregados e os mais diversos setores que compõem nossa sociedade e que acreditam no pleito eleitoral para viabilizar uma saída democrática para as crises econômica, institucional e política que o país atravessa. Diante dos escândalos de corrupção envolvendo quase todos os atuais governantes, fica clara a urgência de uma mudança na forma de se fazer política no Brasil.
O voto não pode ser um passaporte que os políticos utilizam para cometer crimes contra a população com a pretensão de permanecerem impunes, como se a corrupção e o desvio de recursos públicos fossem institucionalizados nas relações entre o público e o privado. Os compromissos assumidos nas campanhas eleitorais não podem ser meras estratégias publicitárias de enganação do povo para se chegar ao poder. A possibilidade de escolher através da eleição direta os seus representantes para administrar os bens públicos e colocar em prática as políticas de desenvolvimento social que proporcionem bem-estar a todos os cidadãos deve ser valorizada como um bem comum e fundamental para a evolução da nossa sociedade.
É imprescindível que as decisões sobre o nosso futuro sejam tomadas por aqueles que constroem a nação, principalmente em momentos que a conjuntura do país coloca em risco os direitos básicos do cidadão e o envolvimento da maioria dos políticos com práticas ilícitas de favorecimento pessoal e partidário provocando prejuízos a todos. Devemos zelar pelo direito de decidir os rumos das nossas vidas. Queremos eleições diretas já, mas precisamos, fundamentalmente, do respeito ao nosso voto.