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Rodrigo Maia é o novo presidente da Câmara

Rodrigo Maia (DEM-RJ) venceu na madrugada desta quinta-feira (14) a eleição para a presidência da Câmara e vai ocupar o cargo até 1º de fevereiro do ano que vem.

O deputado teve 285 votos contra 170 de Rogério Rosso (PSD-DF), com quem disputou o segundo turno.

A vitória expressiva de Maia representa uma grande derrota de Cunha que tinha preferência por Rosso, seu fiel aliado. Para o peemedebista, convinha ter um nome próximo na sessão em que será votada sua cassação, que deve ocorrer em agosto. Mas também se trata de um revés para Temer, que apostou em Rosso para sustentar seu período de trégua com o novo Centrão no Congresso.

Com o apoio oficial das bancadas de PSDB, DEM, PPS e PSB, Maia já tinha vencido Rosso no primeiro turno com uma diferença de 14 votos – o placar havia sido 120 votos contra 106. No segundo turno, conseguiu angariar também o apoio de PDT, PCdoB, PR e PTN.

Desde que confirmou sua candidatura, já se desenhava um apoio da antiga oposição a Maia. Porém, somente nesta tarde o PSDB, PPS e PSB anunciaram formalmente estar com o deputado. Juntando o DEM, o bloco agrega 117 parlamentares.

Maia chegou a ter promessas de apoio no PT. O partido, contudo, acabou rachado no primeiro turno com as candidaturas de Orlando Silva (PCdoB-SP) e Luiz Erundina (PSOL-SP), que ficou em sexto lugar com 22 votos. A bancada foi liberada no segundo turno e alguns votos acabaram com o deputado do DEM, sem deixar dúvidas acerca dos métodos de conciliação com a direita por parte do PT, que escolheu dentre os dois blocos da direita golpista quem "melhor lhe fia o futuro" na Câmara.

Antes do início da sessão que o elegeu, Maia esteve na liderança do PMDB. Discursou para os deputados na tentativa de convencê-los. Disse que o novo "centrão", bloco formado por partidos de pequeno e médio porte, ofereceram apoio a ele em troca da unidade na eleição de 2017, mas recusou.

Após o resultado, o presidente em exercício usou sua conta no Twitter para parabenizar Maia pela vitória. "Parabéns a Rodrigo Maia e sucesso na gestão à frente da Câmara dos Deputados", disse Temer.

Já Rosso, que acompanhou o discurso vencedor de Rodrigo Maia do comitê de imprensa, sala ao lado do plenário reservada aos jornalistas que acompanham diariamente a Câmara, disse que dará apoio ao novo presidente da Câmara e ao governo Temer.

“A partir de agora, é uma nova história para a Câmara e quero ajudar Rodrigo a construir essa história e resgatar a imagem do parlamento. Vou ajudar, dar apoio. A Casa agora é uma só. Somos parte da mesma base de apoio. Vamos apoiar o governo Temer. Foi um embate bom”, afirmou Rosso.

Como dissemos anteriormente, não é nenhuma novidade que neste antro aberrante de direitistas vinculados, "pela graça de Deus", aos militares e civis que participaram da ditadura militar, aos grupos de extermínio que assassinam negros e pobres nas periferias, e a fazendeiros e latifundiários que perseguem indígenas e mantém trabalho escravo, a direita se divide em pelo menos dois grande grupos: a oposição de direita "tradicional" do neoliberalismo dos 90, que engloba o PSDB, o DEM, o PPS e por vezes o PSB (com alas que flertam com o PT); e um outro grupo que engloba o grosso das bancadas da bíblia, do boi e da bala, o chamado "novo Centrão".

Rodrigo Maia e o DEM são parte do mesmo fisiologismo que este grupo de legenda reunido no novo centrão. É uma ala da direita atroz que aprovou o golpe institucional. O PSDB buscará se beneficiar da presidência de Maia para preparar sua própria candidatura em fevereiro de 2017 para o período de dois anos, para o qual já negociou eventual apoio do governo interino de Temer, caso sobreviva até lá. Também buscará usar o cargo para blindar-se na Câmara, mas não apenas. Com o fantasma das delações da Odebrecht e outras empreiteiras, nas quais já figuram nomes como o do atual chefe do Itamaraty José Serra, o PSDB precisa de um controle maior sobre a Câmara como poder de barganha a possíveis avanços – ainda que improváveis por ora – do Judiciário, mesmo com a blindagem total conferida por Gilmar Mendes.

Esta disputa esdrúxula entre gangues políticas da direita mostra que a Lava Jato, depois de dois anos, não só não "combateu a corrupção" como criou as condições para que o país fosse governado pelo que há de mais podre do fisiologismo burguês.

 

 

Fonte: Esquerda Diário

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