Os números só confirmam as constantes denúncias do movimento sindical sobre a alta incidência da rotatividade no mercado de trabalho no Brasil. Em 2013, a taxa chegou a 63,7%. Isto significa que, de cada dez empregados, seis passaram por desligamento e admissão ao longo do ano. Os dados são do estudo Os números da Rotatividade no Brasil: Um Olhar Sobre os Dados da Rais 2002 -2013, divulgado nesta quarta-feira (17/12) pelo Ministério do Trabalho e são referentes aos empregados celetistas.
Se considerada a taxa de rotatividade, descontados os motivos ligados aos trabalhadores como morte, aposentadoria e pedido de demissão, o percentual é 43,4%. A agricultura e pecuária e a construção civil são os setores com maiores taxas de rotatividade.
“Temos um mercado de trabalho que cresce, mas com rotatividade muito alta, talvez configurando um tipo de produtividade econômica perversa, porque está assentada na baixa qualidade dos postos de trabalho”, avaliou o diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz.
Segundo o economista, o alto percentual é devido a fatores como postos de trabalho frágeis e contratos firmados por prazos curtos para atender a uma demanda de produção. Conforme Ganz, investir em formação profissional e propiciar um crescimento da economia que agregue valor aos produtos e serviços brasileiros são caminhos para reduzir esse índice.
O estudo mostra que predomina no país o emprego de curta duração. Entre 2002 e 2013, cerca de 45% dos desligamentos ocorreram com menos de seis meses. Aproximadamente 65% das contratações sequer atingiram um ano completo.
Quando analisada a escolaridade e a idade, o estudo mostra que, entre os desligamentos ocorridos em 2013, há predominância de trabalhadores mais jovens e menos escolarizados.
De acordo com o estudo, poucos estabelecimentos respondem por parcela considerável da rotatividade. Cerca de 6% das empresas foram responsáveis por mais de 60% dos desligados entre 2007 e 2013.
Fonte: FEEB-BA/SE com informações da Agência Brasil.