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O ditador da vez

Por Alex Leite, diretor de comunicação e imprensa do SEEB/VCR.

No capitalismo as cíclicas crises econômicas e sociais são inerentes ao sistema. Nestes momentos, em que a população sofre com as consequências de um sistema que promove desigualdades, facilitando a vida dos mais ricos em detrimento dos mais pobres, é que surgem os salvadores da pátria. Os discursos iniciais sempre buscam descredibilizar a política e os políticos, pregando contra a corrupção, buscando os culpados nas questões morais e estimulando a xenofobia, onde a culpa pelas crises são sempre dos outros, sejam os imigrantes, a comunidade LGBTIs, e a população mais pobre. Sem avaliação e uma discussão mais profunda, que explore a origem dos problemas, a população se deixa seduzir pelas falas daqueles que se apresentam como lideranças e buscam, nos apelos populares, se adequar momentaneamente ao interesse maior de chegar ao poder.

Essas figuras normalmente são apoiadas por aquela parte dos empresários que buscam qualquer situação para se aproximar do poder central dos governos e continuar lucrando muito. No entanto, após eleitos, esses déspotas começam a demonstrar que a arrogância e a sede de poder estavam presentes nos seus projetos, disfarçado nos discursos de liberalidade econômica e repúdio a imprensa ou qualquer instituição que possa contestá-los.

Algumas vezes, esses ditadores chegam ao poder através do uso explícito da força militar, promovendo golpes de estado, torturando, deportando ou assassinando qualquer um que se coloque como oposição. Noutras, são eleitos pelo povo, que busca em outros as soluções para problemas que só poderiam ser resolvidos através de pensamento e ações coletivas. Foi assim na Alemanha, com Hitler, tem sido assim com Putin, na Rússia, e com Nicolas Maduro, na Venezuela. Quando o governante começa a não aceitar que ninguém o conteste, demite assessores por apresentar dados científicos que não os agrada, que abusa das nomeações de familiares para cargos públicos, que persegue os opositores e desrespeita a Constituição que ele jurou respeitar, é bom ficar alerta. Precisamos resistir a qualquer possibilidade de ter no Brasil uma repetição dos tempos sombrios que já vivemos anteriormente. Respeito acima de todos, amor e consciência acima de tudo.

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