Mais um dia 8 de março se aproxima. É tempo de refletir sobre a luta das mulheres para a conquista e manutenção dos seus direitos, e a importância de uma sociedade mais justa, com oportunidades de crescimento para todas e todos.
Vivemos um contexto turbulento, em que a violência, seja ela simbólica ou escancarada, denuncia a presença de um machismo estrutural que, historicamente, permeia todo o nosso corpo social. Bancárias sofrem com os assédios moral e sexual em seus ambientes de trabalho, e vivem o preconceito refletido na discriminação salarial e na dificuldade na ascensão da carreira.
Dados da Contraf-CUT revelam que as mulheres são maioria nas agências bancárias nos postos de trabalho com remuneração até sete salários mínimos. Entre sete e dez salários mínimos, o número de homens e mulheres no setor permanece equilibrado, mas, à medida que o salário vai aumentando, a representatividade feminina vai caindo. Nos cargos de gerência – onde há atendimento direto ao público -, as mulheres ainda conseguem ser maioria (52,5%), porém, nas diretorias dos bancos os números são extremamente desproporcionais: 1.798 homens e apenas 457 mulheres.
Além disso, a proposta de reforma da previdência também atinge as mulheres, que passarão a trabalhar mais para chegar à aposentadoria. Trabalhadoras rurais, por exemplo, trabalharão cinco anos a mais, chegando aos mesmos 60 anos de idade mínima exigidos para os homens.
Marcha das Mulheres
Neste ano, com o tema “Pela vida das mulheres, em defesa das liberdades democráticas e contra a reforma da Previdência”, a marcha tem como objetivo destacar a luta contra o feminicídio. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), o Brasil é o quinto país com o maior número de mulheres mortas por violência no mundo, ficando atrás apenas de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia.
Em 2015, o Código Penal Brasileiro foi alterado com a inclusão da Lei nº 13.104/2006, que tipifica o homicídio como feminicídio ao reconhecer o assassinato de uma mulher em função do gênero. A maioria das vítimas são negras e jovens, entre 18 e 30 anos de idade, e o Mapa da Violência de 2015 revela que em 10 anos (entre 2003 e 2013), o assassinato de negras aumentou 54,2%.
Mais uma vez, o SEEB/VCR vai participar da Marcha das Mulheres, que acontece no dia 08 de março, a partir das 8h30, em frente à Praça Barão do Rio Branco. “Nós iremos às ruas reivindicar temas presentes nas discussões diárias como o fim da violência contra a mulher, o repúdio à reforma da Previdência, melhores condições de trabalho, além de pautas sociais sobre a saúde. Convidamos especialmente as bancárias para estarem conosco neste dia de luta por nossos direitos”, conclui a vice-presidente do SEEB/VCR, Larissa Couto.