A tão aguardada proposta global da Fenaban, que inclui o reajuste salarial, não chegou nem perto da reivindicação dos bancários. Com a desculpa do índice de desemprego e omitindo os altos lucros registrados pelo setor financeiro, os bancos ofereceram apenas 5,5 % para o índice de reajuste e demais verbas como PLR e auxílios refeição, alimentação e creche (com exceção do Vale Cultura), mais R$ 2.500 de abono.
O reajuste apresentado pela Fenaban está muito abaixo da inflação, que ficou em 9,88%, em agosto deste ano. O Comando Nacional dos Bancários aprovou um calendário de mobilizações, orientando o início da greve para o dia 6 de outubro. Serão realizadas assembleias entre os dias 1° e 5 em todo o país.
Diante da postura desrespeitosa da Fenaban, o Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região entende que o Comando Nacional deveria apresentar uma resposta imediata de rejeição do índice apresentado e a convocação das assembleias antes das datas que foram sugeridas. Seria uma forma de mobilizar a categoria e pressionar os banqueiros a apresentarem uma proposta que realmente atenda às necessidades da categoria e de toda a sociedade.
O SEEB/VCR está convocando os bancários da base de Vitória da Conquista e Região a participarem da assembleia no dia 29 de setembro, às 17h30, para deliberar sobre a proposta da Fenaban e a greve por tempo indeterminado.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários, Paulo Barrocas, é importante que a categoria se mantenha ainda mais unida. “Neste momento precisamos, mais do que nunca, estarmos todos unidos contra essa postura intransigente da Fenaban e lutar por melhores condições de trabalho e respeito à nossa categoria”, afirma.
Proposta feita pelos bancos
Reajuste de 5,5% (representa perda de 4% para os bancários em relação à inflação de 9,88%).
Piso portaria após 90 dias – R$ 1.321,26.
Piso escritório após 90 dias – R$ 1.895,25.
Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.560,23 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).
PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 22.884,87.
PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16.
Antecipação da PLR
Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 01/03/2016.
Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.163,44, limitado a R$ 6.241,33 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro.
Parcela adicional – 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2015, limitado a R$ 1.939,08.
Auxílio-refeição – R$ 27,43.
Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 454,87.
Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 378,56.
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 323,84.
Gratificação de compensador de cheques – R$ 147,11.
Requalificação profissional – R$ 1.294,49.
Auxílio-funeral – R$ 868,58.
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 129.522,56
Ajuda deslocamento noturno – R$ 90,67.
Propostas da categoria
Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)
PLR: 3 salários mais R$7.246,82
Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
O Comando Nacional protestou veemente contra esta mudança de desenho de campanha salarial apresentada pelos bancos, afirmou o presidente da Contraf-CUT.
"Fica claro que os bancos querem abandonar os ciclos de valorização do trabalho bancário, que acumulava onze anos de ganho real. E pretendem fazer esta mudança sem que tenha acontecido nenhuma redução dos seus lucros ou crise no setor. Isso é incompreensível para os trabalhadores que até adoecem para cumprir metas e produzir lucros fabulosos para os bancos. E a nossa resposta indignada vai ser dura", finalizou Roberto von der Osten.
Com informações da Contraf-CUT