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Sem recursos para o combate, os feminicídios batem recorde no Brasil

No primeiro semestre de 2022, 699 mulheres foram assassinadas por causa de sua condição de gênero. Esse foi o maior número de crimes já registrado no período, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgados nesta quarta-feira (7/12). O dado indica que uma média de quatro mulheres são vítimas de feminicídio diariamente no país.

Comparado ao primeiro semestre de 2021, quando 677 mulheres foram assassinadas, houve um aumento de 3,2% neste ano. O crescimento chega a 10,8% em relação ao número de feminicídios registrados em 2019 – 631 casos. Em 2020, 664 mulheres foram mortas.

Muitos dos assassinatos poderiam ser evitados, mas foi exatamente neste período, que o governo do presidente Jair Bolsonaro reduziu drasticamente os recursos destinados ao enfrentamento à violência contra a mulher.

Alta na violência de gênero

“Olhando os dados de janeiro a junho de 2022, se mantida essa tendência, nós teremos um novo recorde de feminicídios, inclusive quando fechar o ano de 2022. Infelizmente, tudo aponta para um crescimento da violência letal contra meninas e mulheres em decorrência do seu sexo, da sua condição de gênero”, alerta a diretora-executiva do Fórum, Samira Bueno.

A região Norte foi a que apresentou maior crescimento nos casos: 75%. Ela é seguida pelo Centro-Oeste, com alta de 29,9% entre 2019 e 2022. Já entre os estados, Rondônia registrou o maior aumento, com 225%. A unidade federativa é seguida por Tocantins (233,3%) e Amapá (200%). De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a alta no crime de 2019 para cá aponta para “a necessária e urgente priorização de políticas públicas de prevenção e enfrentamento à violência de gênero”.

No entanto, ao longo do governo Bolsonaro houve constantes reduções ao valor destinado às políticas de combate à violência contra a mulher no país. O presidente derrotado chegou a cortar 90% da verba para a área durante seu mandato. Reportagem da Rádio Brasil Atual mostrou que o montante remetido à pasta para proteção das mulheres, de R$ 100,7 milhões em 2020, caiu no ano seguinte para R$ 30,6 milhões. Neste ano, sobraram apenas R$ 9,1 milhões.

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