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Serviços de bancos sobe mais do que a inflação

Os bancos estão cobrando mais dos correntistas pelos seus serviços. Levantamento da Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) mostra que, entre 121 pacotes de serviços, 75 tiveram aumento desde janeiro deste ano – a maior parte (67) subiu acima da inflação desde o reajuste anterior. A Proteste analisou cestas de Bradesco, Caixa, Banco do Brasil, Itaú, Santander, Banrisul, HSBC e Citibank (os dois últimos não fizeram nenhum reajuste nas 19 cestas analisadas).

Procurados, os bancos dizem que a alta de tarifas é consequência da inflação e do aumento de custos operacionais. Também disseram que as tarifas são competitivas com o que é oferecido no mercado.

O maior aumento foi de 50,87%, no pacote Bom pra Todos Pleno, do Banco do Brasil e hoje fechado para novas adesões. A cesta de serviços custa R$ 60,95 ao mês. A cesta mais cara é a Unique (para clientes de alta renda), do Santander, que tem custo mensal de R$ 99.

Cada um desses pacotes oferece uma quantidade diferente de serviços que podem ser utilizados sem custo adicional, entre eles saques em caixas eletrônicos e emissão de cheques.

A retração na oferta de crédito fez com que os bancos buscassem fontes alternativas de receita para diminuir o impacto da crise econômica do país em seus lucros.

E para Gilberto Braga, professor de finanças do Ibmec/RJ, eles levam vantagem no reajuste durante a crise. Nesse período, muitos consumidores optam por manter o pacote mesmo que ele esteja mais caro. É uma espécie de estratégia para manter o bom relacionamento com o gerente de conta. Assim, o cliente tenta barganhar condições mais favoráveis para empréstimos, como taxas de juros menores e prazos mais longos para pagamento.

“O consumidor que precisa do banco faz a conta e pensa que o aumento é tolerável, se for revertido em outros produtos com condições melhores.”

Desconhecimento

Mas, na prática, grande parte dos clientes não sabe quanto paga para ter conta-corrente em banco. Levantamento da empresa de pesquisas MeSeems feito neste mês pela internet com 800 consumidores das classes A, B e C indicou que 49% deles dizem estar nessa situação.

Dentre os que disseram conhecer o valor pago mensalmente, 25% afirmam ser isentos de qualquer tarifa. Entre os que responderam à pesquisa, 29% disseram não saber os serviços que estão inclusos em seu pacote. Renata Pedro, técnica da Proteste, afirma que a cobrança pelos pacotes de serviço deve vir discriminada no extrato da conta. Mas, caso o consumidor tenha dúvidas, deve pedir esclarecimentos ao seu gerente.

Ela lembra que o consumidor não é obrigado a pagar por um pacote para sua conta-corrente. O Banco Central obriga que os bancos ofereçam o pacote de serviços essenciais de forma gratuita. Ele inclui um cartão de débito, quatro saques mensais, duas transferências por mês para contas no mesmo banco e consultas de saldo pela internet.

Fonte: Contraf com Gazeta do Povo

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