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Tebet assume ministério do Planejamento prometendo colocar os pobres no orçamento

A senadora afirmou que apesar das diferenças de pensamento na área econômica dos demais ministros vai se empenhar para colocar os pobres prioritariamente no orçamento público

A senadora e ex-candidata à presidência da República, Simone Tebet (MDB-MS), assumiu nesta quinta-feira (5), em Brasília, o ministério do Planejamento e Orçamento do novo governo Lula (PT).

Em seu discurso de posse, Tebet afirmou que é preciso colocar o pobre no orçamento público e que vai abarcar todas as necessidades “sem desarranjo nas contas públicas”. “Essa é nossa árdua, mas possível missão”, disse.

A ministra ressaltou a missão dada pelo presidente Lula (PT) de combater a fome no país. “Quando o presidente Lula diz que somente verá cumprida a sua missão se alcançar o objetivo de que todos os brasileiros, sem exceção, possam ter todas as refeições necessárias à vida, ele dá a orientação comum a todos os ministérios: que se cumpra a Constituição”, declarou.

Para ela, a inclusão no orçamento público não é somente para os pobres, embora prioritários. “As crianças, os jovens, os idosos, estarão no orçamento. As mulheres, os negros, os povos originários, estarão no orçamento; as pessoas com deficiência, a comunidade LBGTQIA+ estarão no orçamento. Os trabalhadores estarão no orçamento. Passou da hora de dar visibilidade aos invisíveis, com orçamento para as políticas públicas assertivas, que serão implementadas pelos ministérios afins”, declarou.

Críticas à gestão de Bolsonaro

Simone Tebet também criticou a má gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Nos últimos anos, faltou vacina, faltou comida, faltou remédio, falto emprego, faltou educação, faltou cultura. Faltou sustentabilidade. Faltou vida. O negacionismo do ex-presidente deixou como legado um país com 33 milhões de pessoas passando fome; 125 milhões com algum grau de desnutrição com cinco milhões de crianças dormindo com estômagos  vazios; nove milhões de desempregados; 40 milhões em emprego informal, sem qualquer segurança de futuro; além   de quase cinco milhões de desalentados, porque as placas de “não há vagas” também tomaram o lugar das placas de “precisa-se”.

Convite de Lula

Apesar do seu pensamento em parte divergente na área econômica dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Público), Tebet disse que aceitou os argumentos do presidente Lula para que assumisse o Ministério do Planejamento e Orçamento.

“Quando abri a boca para dizer que havia algum equívoco, porque nessa pauta, [com] ministro Haddad, ministro Alckmin e ministra Esther, temos divergências econômicas, ele [Lula] simplesmente me ignorou, como quem diz: ‘É isso que quero, porque sou um presidente democrático, e um presidente democrático não quer apenas os iguais, mas os diferentes para se somar’. É assim que se constrói uma nação soberana, igual e justa para todos”.

Reforma Tributária

Segundo Tebet, para assegurar o “crescimento necessário para garantir emprego e renda de que o Brasil necessita”, é imprescindível a realização de uma reforma tributária. “Comungamos com a visão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, da necessidade premente de cuidar dos gastos públicos e da aprovação urgente de uma reforma tributária, para garantirmos menos tributos sobre o consumo, um sistema tributário menos regressivo, com simplificação e justiça tributária”, defendeu a ministra.

O Ministério do Planejamento terá sob sua alçada o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea).

Autoridades presentes

Compareceram ao evento de posse os ministros da Indústria e Comércio, vice-presidente Geraldo Alckmin; da Casa Civil, Rui Costa; da Fazenda, Fernando Haddad; da Gestão e Inovação, Esther Dweck; e da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Confira aqui a íntegra do discurso de Simone Tebet.

Fonte: Cut

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