Na última quarta-feira (1), o presidente interino, Michel Temer, empossou os novos presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, Paulo Rogério Caffarelli e Gilberto Occhi, além dos presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Petrobras e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Durante a posse, Gilberto Occhi afirmou que a Caixa precisa melhorar seus resultados financeiros e apresentou a proposta de retomar o projeto do governo Dilma, de abrir o capital da subsidiária Caixa Seguridade. Outra solução apresentada é o fechamento de agências, com a migração total do pagamento de benefícios sociais, como o Bolsa Família, às casas lotéricas.
Contudo, contrariando a declaração do atual presidente, somente nos últimos cinco anos, a Cef acumulou R$ 31,8 bilhões em lucros. Esse montante só foi possível graças à exploração dos trabalhadores bancários, que agora são ameaçados com o fechamento de agências e a evidente diminuição de postos de trabalho. “Vejo este discurso como mais uma manobra do governo para privatização da Caixa. A Cef, além de ser um banco que gera lucros, tem um papel vital para o país, tanto na sua parte social, como na parte econômica“, considera o bancário da Caixa Econômica e diretor do Sindicato, Davi Nogueira.
Já o presidente do BB, que foi secretário executivo do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que os bancos públicos serão um importante instrumento do governo para a recuperação da economia do País. “Caffarelli conhece bem a realidade do Banco do Brasil por ser funcionário de carreira, mas não podemos nos enganar: que suas palavras na posse sobre o fortalecimento dos bancos públicos podem não ser condizentes com suas ações futuras no tocante à influência do governo Temer nas estatais”, afirma a bancária do BB e diretora de Cultura e Formação Sindical do SEEB/VCR, Larissa Couto.
Para Larissa, os bancários e demais categorias precisam estar unidos para combater o projeto de privatização anunciado pelo governo Temer. “Os bancos públicos já passam por um processo de reestruturação desde a gestão anterior, e a tendência é que essa ‘privatização velada’ ocorra com ainda mais velocidade. Somente a luta e resistência dos trabalhadores fará com que essas ações sejam barradas e os bancos públicos retomem seu papel social”, conclui.
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