Home / Campanha Nacional dos Bancários 2018 / “Toda negociação depende da correlação de forças“

“Toda negociação depende da correlação de forças“

Confira a entrevista com Juvandia Moreira, presidenta da Contraf.

A pauta unificada da categoria bancária foi deliberada. O que bancárias e bancários de todo o país devem esperar para a Campanha Nacional deste ano?

Os bancários e bancários de todo país devem se preparar para defender os seus direitos, defender a Convenção Coletiva, defender os empregos que estão ameaçados pelas novas formas de contratação previstas pela nova lei trabalhista – como o trabalhador autônomo, que não tem direito a plano de saúde, por exemplo. Devem estar preparados também para defender os bancos públicos que estão sendo desmontados num processo de preparação para a privatização.

 

Foi definida, ainda na Conferência Nacional, a assinatura desse pré-acordo de ultratividade com os bancos. O que esta negociação garante à categoria?

Nossa atual CCT tem validade até 31 de agosto, já que a data base da categoria é 1º de setembro. O pré-acordo prevê exatamente que a convenção mantenha a validade até que um novo acordo seja firmado. Sem essa garantia, os bancos não são obrigados a pagar plano de saúde, vales refeição e alimentação, PLR, auxílio-creche/babá, a estabilidade da pré-aposentadoria, dentre tantos outros direitos. Tudo que está na CCT foi conquistado pela categoria. Não são benesses dadas pelos bancos.

 

Depois das deliberações nos encontros nacionais, as pautas específicas dos funcionários também já foram entregues a bancos como Bradesco, Banco do Brasil, BNB e Caixa Econômica. Quais são as perspectivas para as negociações dos acordos aditivos?

Os acordos aditivos realizados por bancos preveem conquistas acima da Convenção. Tratam de temas como plano de saúde e previdência. São também muito importantes para os trabalhadores e queremos garantir a sua ultratividade. Essas mesas também discutem as condições de trabalho em cada uma dessas instituições. Estamos empenhados em fazer essas mesas funcionarem e renovar todos esses acordos.

 

Qual a importância do fortalecimento da mobilização de toda a categoria, especialmente durante as negociações da Campanha Nacional?

Toda negociação depende da correlação de forças. Se a categoria participar da campanha, certamente teremos muito mais conquistas e sairemos vitoriosos. A unidade nacional dos bancários é muito importante, mas não basta. É necessário nos unirmos também às outras categorias, que sofrem ataques e ameaças de privatização, em campanha no segundo semestre. Temos de estar juntos da sociedade que quer o fim do desemprego, dos aumentos absurdos e sucessivos no preço do combustível, do gás de cozinha, tudo para agradar ao mercado financeiro que tem ações da Petrobras. Nesse sentido, aprovamos um calendário de lançamento da Campanha Nacional dos bancários em todo país, de 13 a 29 de junho. Também aprovamos a nossa participação no Dia Nacional de Luta da classe trabalhadora, em 10 de agosto. Será o Dia do Basta à retirada de direitos, ao desemprego, às privatizações, à venda do patrimônio do povo brasileiro, ao desrespeito à nossa democracia! É fundamental o engajamento da categoria bancária.

 

O atual cenário do país é de retrocesso para a classe trabalhadora. Como a senhora avalia o momento que estamos enfrentando?

É um dos momentos mais difíceis da nossa história. Após o golpe que retirou a presidenta Dilma e que foi dado para implementar essa agenda neoliberal, eu diria que retrocedemos 20 anos em dois. Muitos retrocessos vêm ocorrendo, ataques à nossa democracia, aos direitos trabalhistas e sociais; entrega das nossas riquezas, do petróleo, do setor elétrico; desmonte dos bancos públicos e privatizações das empresas públicas. O congelamento dos gastos com saúde e educação por 20 anos, só para atender aos interesses do mercado financeiro. O Brasil já conta com 27,7 milhões de desempregados e pessoas no subemprego. Um milhão e meio de pessoas voltaram para a miséria só no ano passado. Este ano, 29,5% das categorias não conseguiram fechar acordo coletivo, a maioria que fecha não tem aumento real. Mas também é um momento de oportunidades. Temos eleições este ano, precisamos votar em candidatos comprometidos com a pauta da classe trabalhadora, com os interesses da maioria da população.

 

As opiniões expressas na entrevista não refletem, necessariamente, o posicionamento da diretoria do SEEB/VCR.

Veja Mais!

SEEB/VCR reúne a categoria para debater violência contra a mulher

Fechando a semana que celebrou o Dia Internacional da Mulher, o Sindicato dos Bancários de …