Diversos sindicatos, movimentos sociais e organizações estudantis de Vitória da Conquista realizaram, na tarde desta quinta-feira (11), na Praça Nove de Novembro, um ato em resposta às ameaças autoritárias do presidente Jair Bolsonaro (PL) à democracia brasileira e ao sistema eleitoral. O Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região participou da mobilização.
A manifestação popular fez parte das atividades realizadas por todo país, no dia da leitura da “Carta às Brasileiras e Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito”, que ocorreu na Faculdade de Direito da USP, em São Paulo. O documento, que já conta com a adesão de mais de um milhão de assinaturas, foi inspirado na “Carta aos Brasileiros” e no ato público realizado em agosto de 1977, que pautaram a luta pela democracia no Brasil dali até 1985.
Em Conquista, representantes das entidades e movimentos fizeram falas buscando esclarecer a população sobre os ataques infundados do presidente da República ao sistema eleitoral brasileiro, que colocou em dúvida a segurança das urnas eletrônicas, sem apresentar indícios e muito menos provas.
“Somente com a democracia forte e consolidada é que temos segurança para exigir dos governantes a garantia da manutenção dos direitos fundamentais do povo. Por isso, devemos rechaçar todo e qualquer tipo de ameaça à democracia e evitar que o país retroceda a períodos como a ditadura instaurada em 1964, que representou um dos períodos macabros da história recente do Brasil”, considera Leonardo Viana, presidente do SEEB/VCR.
O ato também denunciou a fome, o desemprego e os diversos tipos de violência cometidos pelo Estado contra a classe trabalhadora. Mais de 33 milhões de pessoas estão em situação de fome no Brasil e outras 10,6 milhões estão desempregadas. O índice de pessoas trabalhando sem direitos e com insegurança previdenciária também é altíssimo: são 32,5 milhões de trabalhadores informais existentes no país, sendo que cerca de 60%, mais de 19,6 milhões de brasileiros, sobrevivem realizando “bicos”.
Esses problemas, somados ao alto custo dos alimentos, combustíveis, energia elétrica e outros itens básicos de sobrevivência, sem a criação de políticas públicas efetivas de auxílio à população, vêm aumentando a miséria e a violência na sociedade.