A qualidade de vida do bancário vem caindo drasticamente, e o resultado desta queda pode ser comprovado pelas estatísticas. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região, no período da Campanha Salarial 2014, 18% dos bancários da base se afastaram no último ano por problemas de saúde, e 19% usam remédio controlado há pelo menos um ano.
Doenças ocupacionais como LER/Dort ocuparam, por muito tempo, o topo da lista de doenças que mais acometiam os bancários. Mas, de acordo com dados divulgados pela Contraf, em 2013 os transtornos mentais lideraram as causas de afastamento da categoria, representando 27% do total de benefícios, com 5.042 casos. As doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo vieram em segundo lugar, com 4.589 casos, ou seja, 24,58% do total.
Por conta do assédio moral e das cobranças excessivas, a depressão e ansiedade são os transtornos mais comuns entre a categoria. A depressão está em primeiro lugar, respondendo por aproximadamente 50% dos casos. A ansiedade vem em segundo lugar, gerada pelo medo dos trabalhadores não alcançarem as metas excessivas impostas pelos seus gestores.
Os vícios em álcool e nicotina também fazem parte da lista, motivados pelo estresse e pelas atividades monótonas, que aliadas ao sedentarismo causam consequências desastrosas na saúde do bancário. A síndrome de Burnout segue em quarto lugar, refletindo no esgotamento físico e emocional do bancário, que se dedica ao trabalho com tanto perfeccionismo, que ao não obter seus resultados e reconhecimento almejados não consegue mais realizar suas atividades. E para encerrar a lista, que traz os cinco principais transtornos mentais sofridos pela categoria, está a Síndrome do Pânico, causada na maioria das vezes por episódios relacionados à insegurança, como assaltos e sequestros.
De acordo com Maria Eneide Lima, diretora de Saúde e Qualidade de Vida do Trabalhador, os dados são alarmantes. “Embora os sintomas não sejam tão aparentes, os bancários estão se afastando cada vez mais para se tratar dessas doenças. Geralmente o bancário só procura o Sindicato quando está precisando, ou seja, quando já está afetado pela doença ou já foi demitido por conta dos sintomas. Orientamos que o bancário se cuide, que tenha consciência de que o assédio moral causa doença, e que tenha um acompanhamento médico e psicológico quando sentir que há qualquer problema”, conclui a diretora.