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“A união dos trabalhadores como um todo é fundamental”

Confira abaixo a entrevista com Rita Serrano, conselheira no Conselho Administrativo da CEF e coordenadora do Comitê em Defesa das Empresas Públicas.

Quais os impactos do congelamento dos investimentos em saúde e educação por 20 anos aprovado pelo governo Temer?

O governo Temer mandou um projeto para o congresso e o congresso nacional aprovou e as consequências disso são drásticas. Congelar o investimentos, que já não eram suficientes, por 20 anos sem levar em consideração o crescimento da população significa o sucateamento de todo o sistema de saúde e educação no Brasil. Já estamos tendo essas consequências de forma imediata, onde os hospitais públicos estão sem recursos, o atendimento de leito reduzidos e com relação a educação as universidades federais estão sem recursos. Algumas universidades abertas nos últimos anos já sofrem com ameaça de não conseguir se manter e ter que fechar as portas.

 

O que temos de retrocesso com a política privatista do governo Temer? E quais as formas de privatização estamos falando?

O governo Temer listou 157 empresas para privatização, entre algumas de setores extremamente estratégicos do ponto vista do desenvolvimento do país, como o da área energética como a Eletrobrás e da Petrobras. Para a gente comparar em muitos países do mundo o sistema energético é público, nos Estados Unidos 60% do sistema energético é público, na China 100% público, na França 60% e no Brasil nos temos o sucateamento de áreas estratégicas importantes. Essa política de governo tem causado um dano à soberania do país, a sua capacidade de ter instrumento de investimento e desenvolvimento.

 

De que forma a integração das diversas categorias pode ajudar a barrar o avanço das privatizações?

A integração das diversas categorias já vem barrando esse avanço, a exemplo do Comitê em Defesa das Empresas Públicas, onde estou na coordenação e reúne diversas categorias de empresas e serviços públicos. A vitória já conquistada por essa mobilização foi conseguir barrar o PL 555, o estatuto das estatais, que tinham clausulas que previam a privatização de todas as empresas públicas do Brasil. Pouco tempo atrás, o trabalho nacional conseguiu barrar a abertura de capital da Caixa Econômica Federal. A união dos trabalhadores como um todo é fundamental nesse momento para barrar os retrocessos, seja nas privatizações, na reforma trabalhista e em todas as ameaças em relação aos direitos e a condição de vida dos trabalhadores

 

Qual o cenário da negociação para o bancários da CEF?

Vamos enfrentar um cenário de um governo que está fechando agência, diminuindo o número de trabalhadores. Um governo comprometido com o capital privado e que tem como objetivo sucatear todas as empresas públicas. O cenário de negociação dos bancários como todo é dentro de uma reforma trabalhista que foi aprovada e que retira direitos, e um governo que fortalece a posição dos bancos em relação a recrudescer em relação ao direito dos trabalhadores. No entanto, essa é uma categoria nacional, uma das primeiras e maior categoria a se organizar em todo o pais, o que aumenta a capacidade de negociação nesse cenário, sendo esta uma categoria que tem capacidade de resistir.

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