Nesta semana, conversamos com o diretor Financeiro do SEEB/VCR, Jornan Almeida, sobre o orçamento da entidade e a prestação de contas. Confira.
Neste primeiro ano de gestão, como a diretoria executou o orçamento de 2017 e como tem planejado o orçamento para 2018? Durante nossa campanha para diretoria do Sindicato, um dos pontos que apontamos bastante foi a importância da transparência nas contas, e assim temos feito. Assim como o planejamento, a prestação de contas é um momento importante que proporciona a oportunidade dos filiados acompanharem de perto como tem sido a gestão financeira. Nos últimos meses executamos de maneira equilibrada nosso planejamento. Com o Acordo Coletivo prevalecendo por dois anos, tivemos uma redução significativa de investimentos na Campanha Salarial deste ano, mesmo mantendo um cronograma de encontro nos bancos públicos, privados e a participação nas conferências estadual e nacional da categoria. Os ataques incisivos do governo Temer demandaram a realização de outras ações, como a Campanha em Defesa dos Bancos Públicos, manifestações contra o fechamento de agências e reuniões nos locais de trabalho. Com os 28 anos do Campeonato Integração Bancária de Futebol Soçaite e a Taça Leandro Neres, tivemos um aumento de investimento na diretoria de Esporte Cultura e Lazer.
Com a reforma trabalhista que passou a valer em novembro, foi encaminhado o fim da cobrança obrigatória do Imposto Sindical. Qual o posicionamento do Sindicato? Nosso Sindicato nunca se organizou financeiramente em torno do Imposto Sindical e avalia ser importante discutir este tema. Com essa mudança, após a reforma trabalhista, elaboramos um um orçamento retirando o Imposto Sindical. É fundamental a participação de todas e todos filiados na assembleia que será realizada no próximo dia 30, às 17h, na sede do SEEB/VCR.
A redução desta receita causará impacto no orçamento e na atuação do SEEB/VCR? No orçamento, sim. Apesar de não ser nossa principal fonte de recurso, vai representar para as receitas uma redução de 13%. Atualmente, a folha de pagamento é a despesa que utiliza 29% do orçamento mensal, com o fim do Imposto Sindical obrigatório esse valor vai representar 37,2%. Diante disso, será necessária a diminuição das despesas variáveis, com exceção de algumas atividades, como a Campanha Salarial. Como um bom planejamento e criatividade, poderemos superar este cenário sem prejuízo na atuação.
Quais tem sido as estratégias para gestão da arrecadação da entidade? Discutir os aspectos financeiros do Sindicato é fundamental para que possamos concretizar nossas ações políticas. A perspectiva do Sindicato não é obter lucratividade, mas sim ter recursos necessários para executar atividades de mobilização. Para isso, nosso foco tem sido dar continuidade no trabalho de base e agregar os bancários que não são filiados, pois compreendemos que neste momento de intensificação das lutas, o Sindicato precisa ampliar sua capacidade de representatividade. Com a série de ataques que a classe trabalhadora vem recebendo, teremos que nos manter unidos.
Os últimos anos cresceu de maneira impactante o número de demissões nas agências da base. Quais os reflexos disso para o orçamento? O aumento das demissões nas agências da base diminuiu as contribuições. Somente os desligamentos que ocorreram este ano, por exemplo, devem refletir em redução de 7% da arrecadação para o próximo ano. Para além de uma questão financeira, o que nos preocupa é o enfraquecimento da categoria.
Qual a importância da participação da categoria em espaços que debatem a organização do Sindicato? As mudanças recentes que ocorreram na CLT têm como objetivo principal individualizar os trabalhadores. Na contramão disso, os sindicatos têm convocado os trabalhadores para a construção de uma luta cada vez mais coletiva. Temos vivenciado uma crise política que só chegou ao ponto que chegou pela falta de participação dos trabalhadores na vida pública. Nesse sentido, além de se filiar, é importante que trabalhadoras e trabalhadoras se façam presentes em espaço de organização do Sindicato e ampliem os canais de diálogo com a diretoria para que possamos fortalecer nossa luta.
As opiniões expressas no artigo não refletem, necessariamente, o posicionamento da diretoria do SEEB/VCR.