O Bradesco teve lucro líquido Recorrente de R$ 10,263 bilhões, no 1º semestre de 2018, com crescimento de 9,7%, em relação ao mesmo período de 2017 e de 1,2% no trimestre. A rentabilidade (retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado – ROE) alcançou 18,5%, com aumento de 0,3 pontos percentuais em doze meses. Segundo o banco, o resultado do período foi impulsionado pela performance das receitas de prestação de serviços, pelo resultado das operações com seguros, previdência e capitalização e pela redução nas despesas com Provisões para Devedores Duvidosos (PDD), segundo análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Sociais (Dieese).
“A arrecadação com a prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu mais do que a inflação. Mas, as despesas com pessoal, mesmo contanto os acertos de conta com o grande número de funcionários demitidos no período, reduziram. Isso mostra que os clientes estão sendo triplamente explorados. Tem o atendimento precário devido à falta de funcionários, precisam eles mesmos realizar serviços antes realizados por bancários e ainda têm que pagar taxas com valores reajustados acima da inflação”, observou diretora executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, Magaly Fagundes.
A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 6,1% em doze meses, totalizando R$ 12,4 bilhões. Já as despesas de pessoal caíram 0,8%, totalizando R$ 9,3 bilhões. O valor arrecadado com prestação de serviços e tarifas é 32,4% maior do que o total das despesas com pessoal.
Emprego bancário
A holding encerrou o 1º trimestre de 2018 com 97.683 empregados. Uma expressiva redução de 7.460 postos de trabalho em doze meses. O número também reflete os resultados do Plano de Desligamento Voluntário Especial (PDVE), divulgado em julho de 2017 e que, de acordo com o banco, teve 7,4 mil adesões. No período, ainda, foram fechadas 368 agências e 18 postos de atendimento (PA).
“Isso significa que o banco reduziu 7,1% o número de funcionários. É péssimo para quem perde o emprego, mas também não é nada bom para quem fica. O número de clientes atendidos por empregado subiu 13,3%. As demissões geram sobrecarga de trabalho e o consequente adoecimento dos trabalhadores que permanecem no banco”, criticou a dirigente.
Magaly explicou que essas são algumas das questões que estão sendo tratadas na mesa de negociações com a Federação nacional dos Bancos (Fenaban). “Queremos que os bancos apresentem soluções para reduzir o índice de adoecimento da categoria, que é um dos maiores entre toda a classe trabalhadora. Isso passa pelo encerramento das demissões e também por mais contratações”, disse.
Veja a íntegra da análise do Dieese.