Os sindicatos de bancários de todo o Brasil realizaram neste sábado (4), manifestações em protesto contra a abertura das agências do Santander aos finais de semana. O banco solicitou que seus funcionários trabalhassem sob a alegação de que se trata de um “trabalho voluntário”. Além de descumprir a jornada da categoria, que é de segunda a sexta-feira prevista em Convenção Coletiva de Trabalho, ao abrir agências aos sábados com esse voluntariado o Santander expõe seus empregados a um trabalho sem nenhuma proteção e direito trabalhista.
A justificativa do banco sobre a abertura das agências aos sábados é de oferecer orientações financeiras aos clientes e toda a população. Para o secretário de Estudos Socioeconômicos da Contraf-CUT e representante da Comissão de Organização dos Empregados (COE), Mario Raia, o banco poderia rever outros pontos para ajudar a população. “Se o banco está realmente interessado em oferecer orientação financeira ele poderia começar reduzindo juros e tarifas abusivas, que cobra de seus clientes”, disse.
A abertura de 29 agências estava prevista para o último sábado (4). Porém, as agências de Porto Alegre e Salvador não abriram e, as que abriram, contaram com poucos clientes.
Em apenas uma agência de São Paulo, observamos que haviam 17 voluntários e seis clientes, sendo que dois deles eram bancários do próprio Santander. Houve casos nacionalmente em que apenas um ou dois clientes apareceram para receber a orientação financeira.
Para Mario Raia, “se a real intensão do banco era dar orientação financeira a clientes e não clientes nos locais onde ele atua, a ação deste sábado pode ser considerada um tremendo fracasso”, comentou.
A Contraf-CUT, através da COE, irá durante esta semana avaliar os efeitos em todo o país deste final de semana e debater ações para os próximos finais de semana.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo produziu um material para ser utilizado como base nas atividades, que mostra que o Santander é o que tem as maiores tarifas entre os cinco maiores bancos do Brasil, os ajustes das tarifas bancárias são sempre maiores do que a inflação e que só com as tarifas bancárias os bancos cobrem com larga margem a folha de pagamento dos funcionários.
Fonte: Contraf-CUT