Por Alex Leite, diretor de Imprensa e Comunicação.
As manifestações que tomaram conta das ruas do Chile e que reuniram milhões de pessoas em protesto contra o estado de miséria e de concentração de renda em que o país se transformou com a implementação das políticas neoliberais que vem sendo adotada pelos últimos governos daquele país. A saída da participação do Estado das áreas essenciais, como Saúde, Educação, Previdência, Moradia, entre outras, deixou a população a mercê da exploração do mercado privado, elevando a pobreza e aumentando a concentração de renda – ficando atrás apenas do Brasil e da Arábia Saudita.
O modelo chileno – tão propagado pelo ministro Paulo Guedes e baseado nas privatizações, no desmonte do Estado, na previdência de capitalização dirigida por empresas privadas e na retirada de direitos dos trabalhadores – demonstra o fracasso destas políticas que visam apenas entregar ao capital privado as últimas fatias que restam para aprofundar o lucro e a concentração de renda, já que todos precisamos de água, energia, saúde, habitação, alimentação, entre outros itens básicos de sobrevivência e que passam ao domínio dos empresários do lucro.
O Brasil de Bolsonaro caminha a passos largos para seguir o caminho chileno. Com o aprofundamento das políticas de desmonte do Estado, que teve ênfase no governo Temer, com a reforma trabalhista, seguindo de forma assustadora pelo atual governo, com as reformas da Previdência e o corte de vários direitos.
Atolado pelo óleo que invade o litoral brasileiro, sem uma resposta imediata do governo, que em pouco tempo destruiu toda organização social dos comitês e conselhos de meio ambiente, demonizando as ONGs e os institutos ambientais oficias, o governo demonstra sua total incapacidade de construir um futuro melhor para todos. Não podemos esperar o fim do Brasil, para irmos para rua protestar contra este desgoverno. O exemplo do Chile está posto.