Ex-assessor dava a entender que suportaria prisão calado, mas não no caso de sua família virar alvo
Na época em que estourou o escândalo das rachadinhas, em 2018, Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro preso nesta quinta (18) por envolvimento no escândalo, repetia sempre: “Podem me prender, mas não podem prender minha mulher nem milha filha”.
O recado era passado por meio de advogados para o coordenador da campanha, Gustavo Bebianno, de acordo com relatos feitos à coluna.
A tradução feita na época pelo núcleo da campanha era a de que o ex-assessor poderia suportar a prisão calado –mas o mesmo não aconteceria se sua família virasse alvo.
A mulher dele, Marcia Oliveira de Aguiar, que trabalhou no gabinete de Flavio Bolsonaro, e a filha, Nathalia Melo de Queiroz, que trabalhou com Jair Bolsonaro, também eram investigadas.
E o que o ex-assessor mais temia aconteceu: a Justiça do Rio de Janeiro autorizou, nesta quinta, a prisão de Marcia.
Em 2018, quando tinha desaparecido do cenário, Queiroz seguia se comunicando com a família.
De acordo com relato feito pelo empresário Paulo Marinho, que participou da campanha, à Folha, um grupo de advogados, que representava no momento Jair Bolsonaro, Flavio Bolsonaro e Fabrício Queiroz, se reuniu para discutir estratégias de defesa.
Um advogado ligado à família manteria contatos constantes, na época, com o próprio Queiroz.