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Proposta dos bancos públicos é insuficiente

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Aconteceu ontem (26), na sede do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região, a assembleia de avaliação da proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Diante do apresentado bancários de Conquista e da base territorial do Sindicato decidiram por permanecer a paralisação dos bancos públicos e encerrar a greve nos bancos privados.

A categoria permanece em luta. Na base do SEEB/VCR são 54 agências paralisadas. A greve se mantém para o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste, na região de Feira de Santana, Jequié, Camaçari e Itabuna. Assim como no Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas.  Já em Salvador, Irecê, Jacobina e extremo sul da Bahia apenas o BNB segue sem funcionamento.  Nos estados do Maranhão, Brasília, Curitiba, Rondônia, Mato Grosso, Acre, Amazonas, Alagoas, Goiás e Pará o movimento grevista continua fortalecido em alguns bancos públicos.

A categoria pontua a importância de persistir em melhorias reais nas condições de trabalho. Os trabalhadores de bancos são os que mais adoecem no Brasil. Em pesquisa do Dieese 84% deles relataram já ter sentido algum problema de saúde acima do normal. O estresse ocupa o primeiro lugar no ranking de problemas apontados: 65%. Se considerados apenas os trabalhadores de bancos públicos consultados, o índice sobe para 70%.

Outra pauta de reivindicação da categoria é a retirada da urgência na tramitação do Projeto de Lei de Responsabilidade das Estatais (PLS 555/2015), que pretende transformar empresas públicas, como a Caixa, e de economia mista, como o Banco do Brasil, em sociedades anônimas. Se esse projeto for aprovado essas empresas deixarão de ser subordinadas diretamente ao governo e passarão a ter participação de outros acionistas na sua gestão.

Reivindicações específicas

Só no primeiro semestre o Banco do Brasil teve lucro de R$ 6 bilhões. Isso representa um crescimento de 11,5% sobre o resultado do mesmo período do ano passado. Mesmo com os lucros crescentes o banco contratou apenas 778 bancários em um ano. Enquanto mais de 5 mil bancários que saíram do banco a partir do Plano de Aposentadoria Incentivada (PAI) em todo o país.

Outro problema é a intensificação das práticas de gestão de pessoas, um exemplo disso é a Gestão de Desempenho Profissional por Competências (GDP) que além de incluir o descomissionamento, notoriamente leva seus funcionários ao adoecimento de todo tipo.

A situação deficitária do plano de assistência à saúde a ampliação da Estratégia Saúde da Família é outro fator que preocupa os funcionários do BB. Os bancários não podem pagar pela má gestão da Caixa de Assistência, a luta é para garantir princípio de solidariedade onde todos os usuários paguem a mesma porcentagem do salário, 4,5%, independentemente de número de dependentes.  

Nos primeiros seis meses deste ano, os lucros da Caixa Econômica Federal já atingiu R$ 3,48 bilhões, 2,8% acima do resultado obtido no mesmo período do ano passado . Ainda assim ignoram a urgência de acelerar o processo de contratação.

Dados do Dieese e da demonstração financeira do banco revelam que entre dezembro de 2003 e julho de 2015 o número de empregados passou de 57 mil para quase 98 mil, o de agências aumentou de 2 mil para 4 mil e o de clientes saltou de 20 milhões para quase 81 milhões. Ou seja, enquanto o número de empregados aumentou em torno de 70%, o número de agências praticamente dobrou e o de clientes cresceu quase 300%. A caixa tem sido a campeã no ranking de queixas de clientes no Banco Central, só em setembro, o Banco Central recebeu 842 reclamações.

Uma das principais reivindicações da Campanha Nacional deste ano é o fim da Gestão de Desempenho de Pessoa (GDP), que estipula contrato individual entre o empregado e sua chefia e impõe ao trabalhador metas a serem cumpridas em determinado período. Esse programa ameaça conquistas históricas dos empregados, como a promoção por méritos, além de abrir espaço para cobrança por metas abusivas, assédio moral e provocar conflitos no ambiente de trabalho.

Atualmente a Caixa investe muito mais na segurança do seu patrimônio do que na segurança das pessoas. Esse descaso com a vida do trabalhador é inadimissível.

O Banco do Nordeste alcançou no ano passado, o maior lucro de toda sua história, R$ 747,4 milhões, uma alta de 107% em relação ao ano anterior.  Em doze meses, foram abertas 19 novas agências e criados 251 novos postos de trabalho, um crescimento de 7,0% e 3,7%, respectivamente. O BNB encerrou o mês junho de 2015 com 7.114 funcionários. Fica claro que a demanda de serviço tem crescido mais que o número de contratações.

Os funcionários do BNB persistem na luta pela revisão do PCR, passivos trabalhistas, promoções, mais contratações e isonomia.

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