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4º Encontro das Bancárias da BA e SE debateu os impactos da atual conjuntura na vida das mulheres

Na noite da última quinta-feira (17), a categoria participou do 4º Encontro das Bancárias da Bahia e Sergipe, que foi realizado por videoconferência, devido à pandemia causada pelo covid-19.

O encontro contou com palestras da deputada federal Alice Portugal e da ex-deputada federal Ângela Albino, além da mediação da diretora de Gênero da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Grassa Felizola.

Na abertura, Grassa falou da relevância do evento que teve como objetivo central reconhecer e valorizar a participação das bancárias na luta por igualdade, melhores condições de trabalho e também em defesa da democracia.

“O trabalho é questão central para as mulheres. Representa empoderamento e autonomia, mas também revela as dificuldades para enfrentar o machismo, que é tão comum dentro dos bancos. Nós bancárias, assim como as demais mulheres, continuamos recebendo menos que os homens mesmo tendo melhor formação. Não alcançamos os melhores cargos, nem os maiores salários, por isso lutamos por maior presença das mulheres nas diretorias dos sindicatos e nos cargos de governança dos bancos. Mas, a nossa luta é a luta de todas as mulheres”, afirmou.

Na primeira palestra, Ângela Albino ressaltou a necessidade de construção de redes de solidariedade feminina neste momento de pandemia, para minimizar os efeitos da grande desigualdade que atinge as mulheres. Falou também da importância do acolhimento neste momento em que muitas sofrem com a perda do emprego e o aumento da violência doméstica. “É tempo de isolamento, mas também de acolhimento”, enfatizou.

Em seguida a deputada Alice Portugal mostrou em dados como a pandemia atingiu fortemente as mulheres, que são maioria entre aqueles que perderam o trabalho no Brasil. “Dois terços das mulheres estão fora do mercado de trabalho e 42% das negras ganham menos de um salário mínimo. Isso, entre as que ainda estão empregadas, pois 24% das mulheres negras foram demitidas nos últimos meses”, abordou.

A diretora de Assuntos Jurídicos do SEEB/VCR, Sarah Sodré, participou do evento e salienta a relevância do debate na atual conjuntura. “É importante a manutenção da interação entre as mulheres bancárias. O isolamento social não nos impediu de dialogar sobre as questões que nos impactam e refletir acerca das dificuldades enfrentadas no ambiente laboral e fora dele. É fato que o governo atual além de ser misógino não dialoga com as minorias, por isso é preciso formar ampla frente de resistência e as bancárias mostraram estar dispostas a lutar”, conclui.

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